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Lançamento: “Os diários do meu avô” conta a história de sobrevivente do Genocídio Armênio

A biblioteca de memórias de sobreviventes do Genocídio Armênio acaba de ser enriquecida com o lançamento do livro de Marcelo Arakelian e Roberto Abdallah. Uma História Real do Genocídio Armênio: Os diários do meu avô trás o relato do avô de Marcelo e Roberto, Artin Sarkis Arakelian, que, após chegar ao Brasil fugindo do genocídio, escreveu diariamente suas memórias das tragédias cometidas pelos turcos otomanos, que vitimaram mais de um milhão e meio de armênios.

Marcelo e Roberto fizeram uma minuciosa análise dos diários do avô, que relatam os eventos ocorridos entre 1895 e 1917 com riqueza de detalhes, e publicaram o livro por uma editora criada por eles mesmos, a 1915.

O livro já está disponível para Amazon Kindle (avulso ou dentro do plano Kindle Unlimited) e será também lançado fisicamente em breve.
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O Estação fez uma entrevista com Marcelo Arakelian sobre o lançamento.

Como era sua relação com seu avô? Ele te contou as histórias da sua família e sobre o genocídio? Você sabia sobre o diário?

Eu ficava com ele e com a minha avó enquanto meus pais trabalhavam, então a nossa relação era diária, era muito grande, inclusive tenho lembranças de que eu era muito arteiro e ele sempre me chamava a atenção. A minha maior lembrança foi um dia que ele estava dormindo e num impulso de criança dei um susto nele, ele acabou acordando assustado, isso foi o que mais me marcou.

Quando ele faleceu tínhamos 2 anos, então ele não nos contou diretamente sobre as histórias do genocídio, mas para os nossos pais ele contava todos os dias, o tempo todo ele falava sobre isso, dava para perceber que era um assunto que não saia da mente dele em nenhum momento.

Ele passou muitos anos escrevendo, levava as anotações para todos os lugares, depois revisava e escrevia novamente, é um material que durou muitos anos para ser escrito.

Quando surgiu a ideia de publicar as memórias em um livro?

A ideia inicial era fazer um documentário, então começamos a juntar todos os elementos para transcrever e organizar o material, e vendo a quantidade de detalhes e informações contidas nas anotações, começamos a pensar em primeiro fazer um livro com todas as memórias, para então depois produzir o documentário. E a ideia do livro nos motivou a deixar um legado para as próximas gerações da nossa família.

Livros de memórias costumam ter uma carga emocional muito forte, como foi processo de adaptar o diário ao livro?

Realmente existe uma carga emocional muito grande, ainda mais por tratar da nossa essência. Dia a dia, pagina a pagina fomos descobrindo passagens que nem os nossos pais tinham ideia que havia acontecido, então a gente se emocionava constantemente, literalmente chorávamos sobre as páginas do diário.

O diário está escrito em um português muito arcaico, o trabalho de tradução foi minucioso e árduo, tivemos todo o cuidado para deixar o mais original possível. O trabalho de pesquisa de cidades e localizações foi enorme, pois tivemos o cuidado de não errar em nada.

Usamos o diário de Anne Frank como referência de publicação.

No final do ano passado já havíamos terminado, o livro ja estava com o revisor quando nos deparamos com mais 10 páginas inéditas em outro diário, reabrimos todo o trabalho de pesquisa.

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