Da Redação

Azerbaijão inicia ofensiva militar em grande escala contra a Armênia na região de Sotk

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O Exército do Azerbaijão iniciou uma ofensiva militar em grande escala contra a Armênia na região de Sotk. Desde as primeiras horas do dia 11 de maio, o Azerbaijão lançou ataques com artilharia e morteiros, visando alvos estratégicos.

De acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Defesa da Armênia, pelo menos oito militares ficaram feridos nos confrontos. Além disso, há relatos preocupantes de que as forças armadas do Azerbaijão dispararam contra uma ambulância que transportava os feridos.

Durante a manhã, as autoridades armênias informaram que a tensão diminuiu temporariamente, porém, os ataques se mantiveram de forma intermitente entre as 11 e as 13 horas. O Exército azerbaijano alegou ter sofrido uma baixas durante a investida contra a Armênia. Às 17:10, eles continuaram atacando Sotk com morteiros, e às 18:25, o Azerbaijão bombardeou a região de Norabak com artilharia. Por volta das 19:50, o Azerbaijão atacou Verin Shorzha com morteiros.

Em meio à escalada dos confrontos, o Ministério da Defesa do Azerbaijão divulgou informações falsas, alegando que a Armênia estava se defendendo utilizando drones iranianos. No entanto, essa alegação foi prontamente rejeitada e desmentida pelo Ministério da Defesa da Armênia.

Sotk, localizada na província de Gegharkunik, é uma vila reconhecida por suas minas de ouro, o que pode ter influenciado a decisão do Azerbaijão de atacar a região.

O Ministério das Relações Exteriores da Armênia explicou em comunicado que “na madrugada de 11 de maio, as forças armadas do Azerbaijão, recorrendo mais uma vez a ações provocativas e agressivas, abriram fogo contra o território soberano da República da Armênia usando morteiros e artilharia. Há feridos do lado armênio”.

“Essas repetidas violações de um dos princípios fundamentais do direito internacional, que é o não uso da força ou ameaça de força, demonstram o desprezo da parte azerbaijana pelos acordos, incluindo as obrigações assumidas pela declaração trilateral de Sochi em 31 de outubro de 2022. Essas ações do Azerbaijão, destinadas a desestabilizar a situação, também são um claro desprezo pela reunião realizada em Washington, as reuniões planejadas em Bruxelas e Moscou, que visam a normalização das relações entre Armênia e Azerbaijão, e os esforços realizados pelos parceiros internacionais interessados na estabilidade e paz no Cáucaso Meridional”.

“Fazemos um apelo aos líderes políticos e militares do Azerbaijão para que cessem as tentativas infundadas, injustificadas e vergonhosas de interromper o processo de negociação por meio do uso da força e, assim, exercer pressão sobre a Armênia”.

O primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, declarou que “é difícil lembrar de um documento aceito conjuntamente que o Azerbaijão não tenha violado durante esse tempo”.

“Essa é a tática comprovada do Azerbaijão. Eles tentaram fazer as pessoas esquecerem a agressão militar de setembro contra a Armênia bloqueando o Corredor de Lachin com falsos ativistas ambientais, tentaram fazer as pessoas esquecerem a crise humanitária estabelecida em Nagorno Karabakh cruzando a fronteira da Armênia na área da aldeia de Tegh, tentaram fazer as pessoas esquecerem a violação da fronteira na área de Tegh ao estabelecer um posto de controle no Corredor de Lachin, ao agravar a situação em Sotk, estão tentando fazer as pessoas esquecerem a instalação do posto de controle ilegal no Corredor de Lachin”, continuou o Primeiro Ministro.

O líder do bloco parlamentar Aliança Armênia e ex-ministro da Defesa, Seyran Ohanyan, explicou que “o propósito dessa provocação era tanto obter uma melhoria de posição quanto tomar completamente a mina de Sotk. As autoridades da Armênia devem fazer uma avaliação sóbria e aumentar suas capacidades em termos da situação político-militar geral. Medidas preventivas são necessárias na tomada de decisões. Ao lado de cada rodada de negociações, antes, durante ou depois delas, o Azerbaijão organiza pressões e provocações contundentes para que façamos concessões durante as negociações”.

Na manhã de sexta-feira, 12 de maio, militares armênios foram feridos quando as forças armadas do Azerbaijão utilizaram um veículo aéreo não tripulado (UAV) para bombardear as posições militares armênias na província de Gegharkunik. Segundo o Ministério da Defesa da Armênia, um dos militares feridos veio a falecer horas depois. No total, nos dois dias de confronto, o exército do Azerbaijão deixou oito soldados feridos e um morto.

Drone abatido em Gegharkunik.
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