A Câmara de Senadores do Uruguai aprovou por unanimidade uma declaração em 18 de outubro condenando a invasão da Armênia pelo Azerbaijão.
“Dado o aumento dos confrontos entre o Azerbaijão e a Armênia e os bombardeios azeris em territórios armênios”, o Senado declarou sua “condenação pela invasão do Azerbaijão ao território internacionalmente reconhecido da República da Armênia”, bem como expressou sua “solidariedade com o povo armênio, vítimas do ataque do Azerbaijão ao território soberano da República da Armênia, bem como com os cidadãos uruguaios dessa origem, consternados com a perda de vidas humanas”. O Senado também anunciou sua “preocupação com as tensões e confrontos militares na fronteira entre as repúblicas da Armênia e do Azerbaijão”.
Por fim, “perante os repetidos relatos de crimes de guerra cometidos por soldados do Azerbaijão contra prisioneiros armênios, solicita uma investigação completa e imparcial, como foi proposto por representantes dos Estados Unidos, França, União Europeia, Rússia e Reino Unido, entre outros.” e “rejeita a ameaça e o uso da força como mecanismo de resolução de conflitos”.
Em seguida, apelou-se “que as negociações diplomáticas iniciadas entre os dois Estados com o envolvimento de mediadores de terceiros países, permitam um acordo baseado na aplicação do direito internacional que assegure uma paz duradoura entre ambos os Estados, tendo em conta a integridade e soberania da República da Armênia”. “Exorta a Armênia e o Azerbaijão a manter um cessar-fogo total, com base na Declaração Tripartite de 9 de novembro de 2020, e a retornar ao caminho do diálogo mediado pelo Grupo OSCE Minsk e outros canais acordados, com o ímpeto e garantia do compromisso internacional comunidade, de acordo com os princípios da ONU, como foi declarado pelo nossa Chancelaria em comunicado datado de 14/09/22”.
A vice-presidente, Beatriz Argimón, também compartilhou a declaração e expressou “nossa solidariedade com o povo armênio”.
Declarações da Câmara dos Deputados e dos partidos políticos do país
Em 4 de outubro, a Câmara dos Deputados uruguaia aprovou por unanimidade, com 69 votos, uma resolução na qual expressa sua “grande preocupação” com o “ressurgimento dos confrontos na fronteira entre a Armênia e o Azerbaijão” e os “bombardeios em áreas povoadas do território da Armênia”. Embora o texto reconheça os ataques do Azerbaijão contra a população armênia, ele pede que “ambas as partes diminuam as tensões”.
O Conselho da Causa da Armênia, por sua vez, afirmou que “após o aparecimento de provas incontestáveis dos crimes de guerra cometidos pelo Azerbaijão durante a invasão da Armênia, e as firmes declarações de condenação do Partido Colorado, Frente Ampla, Partido Independente e do Partido Nacional, que também contou com o apoio do vice-presidente, esperávamos que o texto aprovado pela Câmara fosse um reflexo muito mais fiel desse amplo consenso político”.
“Acreditamos que esta clara condenação dos partidos políticos será expressa sem alterações na Câmara dos Senadores e, principalmente, na retificação da posição assumida pelo Ministério das Relações Exteriores, que permanece em preocupante silêncio após seu conciso pronunciamento em 14 de setembro” .
No dia 19 de setembro, a comunidade armênia do Uruguai realizou um protesto em frente aos escritórios da Embaixada do Azerbaijão em Montevidéu, convocado pela JADU – Jovens Armênios do Uruguai e apoiado pelo CADU – Coletivo Armênio do Uruguai. Durante a manifestação, foi solicitada a “cessação dos crimes de guerra do Azerbaijão contra a República da Armênia”, bem como às “autoridades uruguaias o correspondente pronunciamento condenando o agressor”.