O deputado armênio do Partido Democrático dos Povos (HDP na sigla em turco), Garo Paylan foi indicado para concorrer ao “Prêmio Nobel da Paz”, informou o portal Ermenihaber.am. O comunicado foi feito por Saida Ohanyan, presidente da Associação Internacional de Hamshanuhi (organização das mulheres armênias Hamshen*).
“Essa associação luta pela proteção dos direitos das mulheres, o reconhecimento e condena o Genocídio contra o povo armênio, conforme as normas do direito internacional”, informou o comunicado. Em abril de 2016, em pleno Parlamento da Turquia, Garo Paylan “ressucitou” os 13 deputados armênios do Império Otomano que foram assassinados em 1915.
Sobre o deputado Paylan, quem tem dedicado a sua vida a proteção dos direitos dos armênios e outros povos e minorias da Turquia e região, a Associação Hamshen declarou:
“Hoje, Paylan é uma das poucas pessoas que assumem a responsabilidade de proteger os direitos humanos das populações consideradas minorias religiosas ou étnicas. A tolerância entre os diferentes grupos étnicos e religiosos, tem suas sementes no entendimento mútuo na República da Turquía, e está mostrando resultados positivos na sociedade. Apesar de todas as pressões e ameaças reais que ele vem sofrendo, por parte das forças nacionalistas e extremistas, ligadas ao oficialismo, que procuram que o deputado desista das suas atividades políticas e humanitárias” .
A Associação faz um chamado a todas as instituições e organizações que promovem os direitos das mulheres e os direitos humanos em geral, que participem desta iniciativa apoiando e votando por Garo Paylan. O deputado de origem armênia e seus companheiros de HDP também sofreram agressões físicas de partidários do presidente Erdogan, do partido AKP (leia mais aqui).
Paylan também cumpriu suspensão no Parlamento por ter falado sobre o Genocídio Armênio, o que segundo a lei turca (artigo 301 do código penal) é crime de “ofensa à identidade turca”.
*Hamshen – Nome que designa diversos grupos armênios étnicos muçulmanos e cristãos que no passado ou no presente habitaram na região de Hemşin, no que é hoje a província de Rize, na Turquia. Referem-se a eles próprios como hamsheni ou homshentsi (homşetsi).