Um tribunal de Istambul indiciou e ordenou hoje a detenção de dois polícias acusados de omissão para impedir o assassinato do célebre jornalista turco de origem armênia Hrant Dink em 2007, segundo informa o Notícias ao Minuto.
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Preso outro envolvido no assassinato de Hrant Dink
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Os dois polícias, Muhittin Zenit e Özkan Mumcu, foram formalmente acusados de negligência e abuso de poder e presos, segundo a agência de notícias Dogan.
Em 19 de janeiro de 2007, Hrant Dink, de 52 anos, uma célebre figura da pequena comunidade armênia da Turquia, foi abatido com dois tiros na cabeça em frente à sede do Agos, o jornal bilingue turco-armênio dirigido por ele.
Hrank Dink trabalhava a reconciliação entre turcos e armênios, mas era odiado pelos nacionalistas turcos, por ter classificado como genocídio os massacres que os armênios foram vítimas durante a Primeira Guerra Mundial.
Menor de idade à data dos fatos, o jovem nacionalista Ogün Samast confessou o assassinato do jornalista e foi condenado, em julho de 2011, a 23 anos de prisão.
Mas, em outro julgamento, um dos presumíveis instigadores do homicídio, Erhan Tuncel, revelou que tinha informado a polícia de uma conspiração tramada contra Hrant Dink e que os seus avisos não tinham sido ouvidos.
A justiça turca tinha, até então, afastado a tese de conspiração, desencadeando muitas críticas dos apoiantes de Hrant Dink mas, em 2013, o Tribunal de Cassação ordenou a reabertura do caso.
Sete responsáveis turcos, entre os quais o ex-chefe da polícia de Istambul, são atualmente alvos de processos judiciais, com as mesmas acusações de negligência feitas aos dois policiais colocados na prisão.