Além de guerra e violência, o ódio que os azerbaijanos nutrem pelos armênios também causa fatos engraçados, ou no mínimo inusitados.
Na última terça-feira, dia 8 de novembro, o Ministro da região de Dashkesan, no Azerbaijão, Ahad Abiyev protagonizou uma cena bizarra durante as comemorações do Dia da Bandeira daquele país.
Enquanto um soldado segura uma espécie de telha pintada com as cores amarela, azul e vermelha, Abiyev destrói a suposta bandeira da Armênia com um golpe de alguma arte(?) marcial. A telha pintada, segundo informações oficiais, representava a bandeira da Armênia. Mas quem vê a cena imagina que, de fato, trata-se de uma bandeira da Colômbia e o fato que repercutiu nas redes sociais.
Os colombianos reclamaram da atitude nas redes sociais e Ahad Abiyev deu entrevista a uma agência de notícias do Azerbaijão reafirmando que “golpeou a bandeira da Armênia, não da Colombia” (leia aqui). Segundo o próprio Abiyev a bandeira da Armênia estava de “virada de cabeça pra baixo”.
A diferença entre as bandeiras é que a Armênia é pintada com as cores vermelho, azul e laranja, de cima pra baixo, também em 3 linhas horizontais.
Veja o momento, no vídeo abaixo:
O ódio nutrido pelo Azerbaijão contra os armênios e a Armênia se deve ao território da República de Nagorno-Karabakh (Artsak é o nome nativo da região em idioma armênio), reconquistado pelos armênios, no que ficou conhecido como a ‘Guerra de Karabakh’. A região foi cedida ao Azerbaijão por Josef Stalin na década de 1920.
A Guerra teve início durante o processo que levou a União Soviética ao colapso, ainda em 1988, e foi travada pelos armênios da região de Artsakh -com apoio da República da Armênia (formada em 1991), contra o Azerbaijão. O conflito foi congelado em 1994, com um tratado de cessar-fogo assinado pelos países por intermédio do Grupo de Minsk da OSCE.
Entretanto, os armênios de Artsakh foram atacados em larga escala pelas Forças Armadas do Azerbaijão em abril deste ano, colocando fim ao cessar-fogo que estava em vigor há quase 22 anos (leia aqui).
O próprio Ahad Abiyev é um dos veteranos da guerra Karabakh, que terminou com a vitória e reconquista dos territórios pelos armênios. Hoje, Nagorno-Karabakh é uma república independente com mais de 150 mil habitantes.