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Israel debaterá mais uma vez o reconhecimento do Genocídio Armênio

Por Adriana Nazeli Topalian.

Knesset-Room

A Comissão de Educação, Cultura e Esportes do Parlamento Israelense (Knesset), reconheceu oficialmente o Genocídio Armênio, nesta segunda-feira, 01 de agosto e instou o Governo Israelense a tomar os mesmos passos.

O presidente da comissão, o deputado Yakov Margi, destacou que reconhecer o genocídio perpetrado pelo Estado turco-otomano contra o povo armênio é uma “obrigação moral”, e instou ao plenário da Câmara de Deputados, e ao governo, a reconhece-lo formalmente.

A promotora da iniciativa, a deputada Zehava Galon comentou que “todo ano criamos falsas expectativas nas pessoas. É uma desonra  para a Knesset que se continue com este assunto todo ano, sem que se chegue a uma decisão”.

Georgette Avakian, presidente do Conselho Nacional Armênio de Jerusalém, disse que chegou a hora do Knesset se unir aos parlamentos do mundo todo ao “reconhecer o genocídio da nossa nação”.

Em 5 de julho passado, o parlamento israelense havia discutido o tema do Genocídio Armênio, mas foi decidido enviar o projeto à Comissão de Educação, Cultura e Esportes. Essa decisão foi tomada alguns dias depois de que fora anunciada a normalização das relações entre Israel e Turquia.

Hagop Sevan, referente do Conselho Nacional Armênio de Jerusalém, havia declarado à agência Prensa Armênia, que esse era um procedimento “habitual” em Israel: “É uma situação que  já se repetiu no ano passado. Essa mesma Comissão deferiu a sua opinião positiva, solicitando que se reconheça, mas nem o governo nem o parlamento levaram adiante”.

 Também em julho, o porta-voz do Knesset Yuli-Yoel Edelstein declarou: “Não podemos permanecer apáticos, mesmo que seja tarde, perante os sofrimentos que experimentaram os armênios. Reconhecer o Genocídio Armênio é importante para nós mesmos, como seres humanos, que levamos a responsabilidade moral e constantemente esperamos melhorar o mundo e a sociedade”.

Um mês antes, em maio, o Presidente israelita, Reuven Rivlin, afirmou também que o seu país “está moralmente obrigado” a reconhecer o genocídio – ainda que tenha evitado o termo -, considerando que são fatos que “não podem ser ignorados”, durante uma visita à Igreja Apostólica Armênia na cidade velha de Jerusalém.

Oficialmente, Israel tem-se recusado sempre a qualificar como “genocídio” os massacres de armênios ,cometidos pelos turcos entre 1915 e 1918, considerando que este era um assunto que devia ser resolvido entre as partes.

A declaração aprovada pela comissão parlamentar vai em sentido contrário à posição cautelosa que historicamente Israel tem adotado nas suas relações sensíveis com a Turquia, que sempre evitou hostilizar.

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