A Igreja Apostólica Armênia canonizará 1,5 milhões de mártires armênios mortos durante o Genocídio conduzido pelo governo turco entre 1915 e 1923. Entre eles muitos familiares e parentes de descendentes que hoje vivem no Brasil e em muitos outros países.
O processo de canonização acontecerá em 2015, centenário do início do Genocídio. A decisão foi tomada durante um Sínodo ocorrido no final de setembro, na cidade de Etsmiatzin (considerada a cidade mais sagrada dos armênios). Foi a primeira vez em mais de 400 anos que bispos de todo o mundo se reuniram em um Sínodo, um marco na história da Igreja Armênia.
A canonização seguirá a fórmula da tradição das Igrejas do Oriente, que é a proclamação dos santos, indicando o nome do lugar do martírio e não os nomes dos indivíduos. Na Igreja Apostólica Armênia, os últimos declarados santos datam do século VI.
O governo turco, que nega deliberadamente a responsabilidade e muda a versão dos fatos, reagiu negativamente à notícia, considerando-a uma afronta. O presidente da ASAM, Ömer Özkaya, declarou que essa decisão tem motivações políticas e que a disputa Turquia-Armênia agora toma dimensões religiosas.