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Editorial: O futuro de toda a Armenidade passa por Artsakh (Nagorno Karabakh)

Em 2 de setembro de 1991 o povo de Artsakh (Nagorno-Kharabakh) declarou a independência e tornou-se a República montanhosa de Nagorno-Karabakh (Artsakh).

O povo de Artsakh, irmanado com a  Armênia e a Diáspora, têm trabalhado duro para manter essa independência e agora, 22 anos depois, essa data ganha ano a ano maior relevância histórica pelos feitos desta jovem nação que enfrentou os pogroms de Baku, as mentiras de Khodjaly e as matanças de Sumgait.

artsakh

Mesmo sem reconhecimento internacional, a República de Nagorno- Karabakh está sendo, nestes 22 anos, capaz de estabelecer instituições democráticas a ponto de ser considerado o estado mais estável de todo o Cáucaso por inúmeros especialistas das mais diversas nacionalidade.

O Estado de direito e o respeito aos direitos humanos, corolários  básicos da democracia, muitas vezes não são vistos de maneira tão contundente em países ricos e até mesmo na Armênia. Isso cria um constante desafio para o povo de Artsakh, já que a responsabilidade de todos por todos passa a ser a síntese do estado.

Vinte e dois anos atrás a declaração de independência era vista como um mote, uma expressão utópica e até mesmo um chamamento ao princípio básico do direito de um povo à sua autodeterminação. Porém, este fundamento foi se enraizando e o agravamento do conflito levou o héroico povo de Artsakh a libertar Shushi e a adotar a independência como questão de sobrevivência.

Infelizmente , a comunidade internacional elogia o direito a autodeterminação como um princípio importante para um povo expressar sua vontade, porém na prática adota uma postura dúbia ao não reconhecer a Republica de Nagorno Karabagh. Interesses absolutamente escusos e muitas vezes imorais levam governos de enorme influência no mundo todo a ter uma atitude titubeante perante a vitoriosa e crescente democracia de Karabagh.

Nada disso impede que Artsakh avance cada vez mais. Nos últimos 22  anos, Karabakh está consolidando sua infra-estrutura e um pleno desenvolvimento socioeconômico que leva ao crescimento de sua população, rompendo assim a lógica perversa da emigração que afeta a Armênia e outros países. Vinte dois anos de fortalecimento das estruturas de defesa do país, dão mostras da vontade incontrolável do povo de Artshak de se manter fiel a sua terra e suas origens.

Tudo isso acontece hoje em dia em um país que não tem litoral e está constantemente sobre ameaça do Azerbaijão.

A medida da força dos irmãos karabaghtsi pode ser dada pelo contexto da libertação. A guerra já havia começado a produzir os seus efeitos em 1990 sobre o povo de Karabakh e isso não impediu que essa brava gente armênia declarasse sua independência. Mesmo submetidos a constantes bombardeios de forças azeris , a população não mediu esforços para travar batalhas e nunca fugir delas.

É mais do que claro que está guerra foi a única resposta que o governo do Azerbaijão poderia produzir. A xenofobia sempre serviu para encobrir a ditadura azerbaijana.

A covardia internacional beira o crime. Em todos os esforços de mediação até hoje na busca de uma solução pacífica não se cria nenhuma instância para coibir as constantes agressões azerbaijanas. A situação beira o ridículo já que o acordo de cessar-fogo assinado em 1994, foi entre o Azerbaijão e Nagorno -Karabakh. Hoje, no entanto , Karabakh não faz parte das mesas de negociações como um dos lados do conflito. Esse quadro é ainda emoldurado por um discurso belicista do Azerbaijão que a todo momento ameaça retomar as operações militares.

Os princípios que norteiam as negociações de paz são tão desequilibrados em favor do Azerbaijão que nem poderiam receber esse nome. Em todos as rodadas exigem concessões de Karabakh que são um verdadeiro ultraje a Declaração de Independência de Artsakh.

As autoridades Karabakh exigem assento na mesa de negociação e ao mesmo tempo assumem o compromisso de que mesmo sem o reconhecimento internacional vão avançar com a sua missão de garantir a segurança a população. Não é preciso refletir muito para perceber que nossa gente não vai ceder um centímetro de terra  duramente conquistada com o sangue de nossos combatentes da liberdade .

Nunca é demais reafirmar: O futuro de toda a Nação Armênia passa por Artsakh.

Viva a liberdade de Artsakh – Nagorno Karabagh. Viva o Povo Armênio. Viva Monte Melkonian e todos os heróis que ajudaram a libertar nossa milenar Artsakh.

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