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Requerimento 285 não vai a votação na Comissão de Relações Exteriores

Intenso trabalho da Embaixada Armênia em Brasília.

O Observatório de Causa Armênia do CNA-BRASIL acompanhou a sessão que mais uma vez não submeteu a votação o requerimento 285/2013.

O novo Diretor Executivo do CNA-BRASIL, James Onnig Tamdjian, acredita que mesmo sendo um anticlímax, a não votação permite que os trabalhos de esclarecimento continuem mais efetivos ainda.

DSC_0553Durante todo o dia de ontem a Embaixada Armênia em Brasília fez um vigoroso trabalho de convencimento que acabou desembocando na elaboração de um requerimento por parte do Deputado Walter Feldman (clique aqui para ler) sugerindo que o Brasil se alinhe aos trabalhos do Grupo de Minsk e aos Princípios de Madrid, fazendo dele um instrumento muito mais moderno e sintonizado com a política externa brasileira do que o requerimento 285/13 do Deputado Claudio Cajado.

A seção começou com uma rotina acelerada para encaminhamento de projetos de lei e que depois passaram aos requerimentos.

O deputado Nelson Pellegrino se manteve a frente dos trabalhos mesmo subscrevendo o requerimento 285. O fato foi inédito já que nas outras vezes, quando o assunto surgia, Pellegrino passava a presidência para outro deputado da comissão.

Logo na primeira intervenção Pellegrino anunciou o requerimento do Deputado Walter Feldman que gerou uma reação imediata do Deputado Cajado que argumentou não concordar com a apresentação desse novo documento.

O Deputado Arnaldo Jardim pediu a palavras e  lembrou sua ligação familiar com a Armênia já que é casado com uma descendente e seus filhos carregam essa herança étnica e cultural. Ele afirmou de forma contundente que o conflito tem raízes muito profundas e que não existe possibilidade alguma do requerimento do Deputado Cajado ser representativo do atual estágio dos conflitos.

A complexidade e o distanciamento que o tema tem da agenda da política externa brasileira é diretamente proporcional aos entraves para a votação do requerimento 285/13, afirma James Onnig do CNA – BRASIL.  Por isso é muito importante mantermos o trabalho de conscientização e esclarecimentos para toda a Comissão de Relações Exteriores, complementa o ativista.

O próprio Deputado Cajado afirmou desconhecer detalhas a respeito do conflito.

A seção continuou com a intervenção do Deputado Alfredo Sirkis que se mostrou surpreso com tamanha convicção expressa no requerimento do Deputado Cajado ao defender o Azerbaijão.

Nessa hora o Deputado Cajado pede a palavra e afirma categoricamente: “Sou a favor do Azerbaijão sim, que é um potencial parceiro brasileiro e já está ligado ao nosso país pela compra de aeronaves. Não é nada contra a Armênia. Não vejo nada demais em apoiar o Azerbaijão nesse assunto.”

Após acaloradas discussões o Deputado Feldman esclarece que apresentou o seu requerimento para se contrapor justamente ao Deputado Cajado e expressar suas preocupações com o documento 285/13 que não contempla a dinâmica de trabalho do Itamaraty.

Um aspecto chamou a atenção, diz James Onnig: Quando o tema do reconhecimento do genocídio foi abordado tanto o Deputado Feldman quanto o Deputado Jardim afirmaram que o próprio Deputado Cajado argumentou que é um tema complexo e que o Brasil não deveria se envolver, desnudando as contradições do autor do requerimento. Isso abalou a posição de Cajado perante os membros da comissão.

O Presidente da Comissão Deputado Nelson Pellegrino narrou a extensa reunião que teve com o Sr. Embaixador da Armênia Ashot Yeghazarian e disse que o tema realmente requer muita atenção.

O impasse continuou até que a Deputada Perpétua Almeida pediu a palavra e encaminhou para a votação a fim de agilizar o tema. Ao afirmar que por puro desconhecimento do assunto votaria contra o Deputado Cajado, surgiu a possibilidade de ambos os requerimentos não serem apresentados a votação da comissão. O Deputado Nelson Pellegrino encerrou a sessão por volta do meio-dia.

A direção do CNA-BRASIL acredita que teremos ainda irão haver desdobramentos sobre o assunto e convoca a comunidade armênia a continuar atenta e firme no trabalho de defesa de Artsakh/Karabagh. 

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