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Campanha antiarmênia nas ruas de Istambul

Após o Senado francês aprovar no mês passado a lei contra o negacionismo do Genocídio Armênio, o que causou um impacto mundial mostrando o andamento de mais uma nação democrática rumo ao reconhecimento internacional dos fatos históricos ocorridos em 1915, a Turquia vem provando seu desespero a cada dia. A crítica feita à França sobre sua atitude caiu diretamente nas discussões da conhecida “liberdade de expressão”, pertencente ao quadro ideário de qualquer povo democrático.

Contudo, o noticiário online Asbarez News, em sua página no Facebook, publicou a foto de um cartaz no metrô de Istambul que continha a seguinte frase: “Não caia nas mentiras armênias!”, que faz parte de uma campanha que se expande a outdoors, pontos de ônibus e outros lugares com bastante movimentação pública na Turquia e também no Azerbaijão.

Tal campanha convida os turcos a participarem de um evento na praça Taksim, neste domingo 26/02/12, em rememoração aos vinte anos da tragédia ocorrida na cidade de Kohjaly, durante a retomada do território de Nagorno Karabakh (Artsakh) pelo exército armênio aliado ao soviético, em 1992.

Outra frase que faz parte da campanha diz “Se você não quer que aconteça outro genocídio em Khojaly, junte-se a nós!”, onde o termo “genocídio” pode ser interpretado como uma provocação àqueles que defendem o reconhecimento do Genocídio Armênio em território turco.

Dentre as conclusões que podemos tomar, além daquelas que já diretamente calcam nosso pensamento sobre os fatos históricos, entendemos que, quanto mais o ciclo se fecha (reconhecimento iminente), o desespero sofrido por um povo há quase um século, de uma maneira ou de outra, começa a se converter no desespero do lado do perpetrador, sendo que esse tipo de campanha, independentemente das opiniões formadas, acaba levando os cidadãos ao pensamento diário sobre o fato que mudou a história de seu país para sempre.

Praça Taksim em Istambul
Sobre o autor

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Jornalista de formação, é editor-chefe do site Estação Armênia.

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