Nos dias 3 e 4 de dezembro, O Instituto de Ciências Biomédicas da USP (Universidade de São Paulo) realiza o Simpósio Internacional “Linguagem e Comunicação na doença de Alzheimer”.
Entre os palestrantes está o Dr. Sérgio Hototian, conhecido na coletividade armênia por seu engajamento e participação na vida comunitária de longa data e, mais ainda, pela sua brilhante carreira médica.
Com mais de 20 anos de experiência é médico formado pela UNICAMP e Mestre em Neuropsiquiatria pela USP. Hoje é um dos mais requisitados profissionais e tem sua atuação junto a grandes instituições como os hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein. Mantém também o site Clinica de Memória (www.clinicadememoria.com.br).
Premiado internacionalmente por suas pesquisas, o Dr. Sérgio nos recebeu em seu consultório para um bate papo sobre um tema que interessa a todos e que é sua especialidade: o mal de Alzheimer.
Leia abaixo:
Dr. Sergio Hototian, antes de tudo muito obrigado por receber a reportagem do Estação Armênia. Sabemos que o mal de Alzheimer é uma doença digamos “nova” ou de recentes estudos. Conte-nos um pouco sobre essa enfermidade.
S.H – A doença de Alzheimer é uma doença que sempre existiu. O que ocorre é que está ligada ao envelhecimento e com a melhora da qualidade de vida, que ciência Médica proprorciona em geral. Hoje vive-se o dobro do que se vivia há um século. Daí a doença aparece mais. Trata-se de uma doença ainda não plenamente conhecida. Quanto á cura, porém, já sabemos mecanismos de sua causa. Em algum momento da vida ligam genes da produção de uma proteína que destrói os neurônios da sede da memória na córtex do cérebro. A pessoa passa a ter esquecimentos para fatos recentes que pioram progressivamente. Se o processo surge antes dos 65 anos , é chamada pré senil ,com evolução mais rápida evoluindo para a temida demencia de forma rápida. quando o início é após os 65 anos, é chamada de Alzheimer Senil e tem evolução lenta.
O senhor é um dos mais renomados pesquisadores em diagnóstico do mal de alzheimer no Brasil. Como anda a situação da saúde pública em relação a essa enfermidade? Fazemos essa pergunta já que em inúmeras aparições suas na mídia e em trabalhos jornalísticos e academicos o senhor vem alertando para esse problema.
S.H – Há anos venho alertando as autoridades de Saúde: nosso estudo, citado pela revista The Lancet, reconheceu a importância de nossos achados. Na época, há cinco anos preví um aumento dramático do número de pacientes com alzheimer em entrevista na Revista Veja. Ano passado o Jornal da Tarde retomou meus achados constatando o aumento dramático do número de mortes pela doença em São Paulo. Infelizmente o sistema de saúde, tanto o público como o privado, não está preparado para o diagnóstico. Muitos médicos utilizam métodos precários de diagnósticos, testes frágeis, tratamentos ineficazes ou mesmo evitam dar o diagnóstico com medo da reação das famílias.
Fale-nos um pouco mais do Simpósio Internacional da USP.
S.H –Terei a honra de participar da mesa de abertura do Simpósio Internacional de Linguagem e Alzheimer , que será realizado dia 04 de dezembro na USP, onde abordarei com mais enfâse o diagnóstico da Doença.
Dr. Sergio, como andam as pesquisas mundiais em Alzheimer e quais as novidades no tratamento da doença?
S. H – Temos boas perspectivas. Estou realizando um estudo farmacológico com indícios promissores de efetividade no tratamento da Doença, porém, ainda sem a cura.
Dr. Sergio, uma mensagem para os internautas que acompanham o Portal Estação Armênia e muito obrigado pela sua atenção:
S.H – Quero parabenizar o portal pela qualidade das reportagens e agradecer o empenho pela manutenção de nossa herança cultural ás novas gerações.
Nota do redator:
Aos interessados em participar do Simpósio:
Local: Auditório Azul, Instituto de Ciências Biomédicas IV
Av. Lineu Prestes, 1730, Universidade de São Paulo, Cidade Universitária,São Paulo, SP, Brasil.
Informações e inscrições- linguagemcomunicaDA@gmail.com
Apoio: CAPES, NECIP,USP, PROTER, IPqHCFMUSP, ICB
A participação é gratuita e será fornecido certificado àqueles com 70% de participação