O primeiro-ministro da República da Armênia, Nikol Pashinyan, declarou no início do mês durante reunião do gabinete que o governo aprovou um projeto de lei para iniciar o processo de adesão à União Europeia. O gabinete também propôs algumas emendas para alinhar o projeto de lei com a lei sobre atos legais normativos.
O comitê permanente de Integração Europeia da Assembleia Nacional da Armênia votou, na última sexta-feira, dia 24 de janeiro, para aprovar uma resolução sobre a adesão da Armênia à União Europeia (UE), tornando iminente uma votação por todo o parlamento.
Caso aprovado pelo parlamento o projeto passará por referendo, de acordo com Pashinyan. “A decisão de aderir à UE ou qualquer outra organização supranacional só pode ser tomada por referendo, de acordo com a constituição”, disse à agência de notícias Armenpress.
O ministro das Relações Exteriores, Ararat Mirzoyan, enfatizou a cooperação cada vez mais forte entre a Armênia e a UE nos setores econômico e de segurança. Mirzoyan destacou que a Armênia iniciou o diálogo sobre a liberalização de vistos e está se preparando para assinar uma nova agenda de parceria abrangente com a UE nos próximos meses.
A Armênia tradicionalmente esteve dentro da esfera de influência da Rússia no Cáucaso do Sul, mas as relações esfriaram desde que Pashinyan assumiu o cargo em 2018 com uma postura mais voltada para o Ocidente.
Durante os recentes ataque ao enclave armênio de Artsakh (Nagorno-Karabakh), a Rússia não interveio. As forças azerbaijanas vitimaram mais de 3 mil armênios e expulsaram mais de 100.000 cidadãos do enclave, agora totalmente dominado por Baku. Isso levou Yerevan a distanciar-se da aliança militar dominada pela Rússia (CSTO), embora a Rússia ainda mantenha uma base militar na Armênia.
A Armênia também é membro da União Econômica da Eurásia, dominada pela Rússia. A decisão da Ucrânia de ignorar este bloco econômico e buscar a adesão à UE desencadeou parcialmente o conflito que levou à invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reagiu à decisão da Armênia na quinta-feira, afirmando que é “impossível” ser membro tanto da UE quanto da União Econômica da Eurásia.
“Há uma probabilidade muito alta de que nosso parlamento adote essa lei”, disse Pashinyan no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. “Isso significaria, legalmente, que começamos o processo de nos aproximarmos cada vez mais da União Europeia.”