ArtsakhDa Redação

Greta Thunberg denuncia a hipocrisia do Azerbaijão na COP29 e visita a Armênia

Recentemente, a ativista climática sueca Greta Thunberg, conhecida por sua luta incansável pela justiça climática, trouxe luz aos abusos de direitos humanos cometidos pelo Azerbaijão durante a realização da COP29 em Baku. Thunberg criticou duramente o Azerbaijão, descrevendo-o como um país repressivo que busca intensificar a extração de minerais e responsável pela limpeza étnica dos armênios em Artsakh (Nagorno-Karabakh).

Ainda em Novembro, Greta viajou à Armênia e participou de palestras, protestos e visitou o Tsitsernakaberd.

“O fato de que, no contexto de tudo isso, a COP-29 esteja sendo realizada neste país é revoltante. Isso é hipocrisia e duplicidade. O Azerbaijão não apenas consegue cometer todos esses crimes sem ser responsabilizado, mas também recebe uma plataforma para legitimar esses crimes terríveis, a saber, limpeza étnica. O mundo permanece em silêncio e permite essas oportunidades”, observou Thunberg.

Protesto em frente a ONU em Yerevan

Em frente ao escritório da ONU em Yerevan, a ativista pediu que autoridades e jornalistas participantes da COP29 visitem os reféns e prisioneiros de guerra armênios que estão sendo mantidos em cativeiro.

Thunberg usou sua plataforma para destacar graves abusos de direitos humanos pelo Azerbaijão, acusando o país de “greenwashing” suas ações controversas.

O protesto entitulado “Parem com o Greenwashing do Genocídio!” focou na hipocrisia de realizar uma conferência climática em um país com um histórico duvidoso de direitos humanos. Em seu discurso, pediu à comunidade internacional que exigisse a libertação imediata de todos os prisioneiros políticos, prisioneiros de guerra e reféns mantidos pelo Azerbaijão. Thunberg argumentou que a cúpula COP29, em vez de abordar questões climáticas críticas, estava sendo explorada para legitimar as ações do Azerbaijão.

“Acho que temos que parar de fingir que conferências como a COP estão levando a quaisquer ações significativas necessárias. Por exemplo, no ano passado, vimos uma alta histórica de emissões de gases de efeito estufa, e 2024 deve ser o ano mais quente já registrado. Esses processos da COP estão falhando conosco”, disse Thunberg aos repórteres no protesto.

“O Azerbaijão se apropriou da natureza, do solo, das florestas e das águas de Nagorno-Karabakh. Hoje, terroristas estão vivendo nas casas de Artsakhis. Matando crianças e idosos armênios, o Azerbaijão quer vendar o mundo”, disse.

Palestra na AUA

Greta também visitou a Universidade Americana da Armênia (AUA) onde foi uma palestrante em destaque na conferência intitulada “O Impacto da Agressão do Azerbaijão nos Direitos Humanos e Proteção Ambiental”. Lá, ela interagiu com estudantes e ativistas, enfatizando a importância de integrar a justiça climática com a defesa dos direitos humanos.

“Precisamos parar de sediar conferências climáticas em lugares como o Azerbaijão, um país que está reprimindo sua própria população em um grau extremo”, disse ela, destacando a intersecção entre justiça climática e direitos humanos. “Se estamos defendendo a justiça, isso tem que significar justiça para todos”, concluiu.

As ações de Thunberg na COP29 geraram uma conversa mais ampla sobre a interseção entre justiça climática e direitos humanos. Sua postura ousada serve como um lembrete de que a luta por um futuro sustentável não pode ser separada da batalha contra a opressão e a injustiça. À medida que Thunberg continua a defender essas causas, o mundo é encorajado a se posicionar contra o uso indevido de plataformas internacionais para ganhos políticos.

Visita ao Tsitsernakaberd

Greta visitou o complexo do Memorial do Genocídio Armênio de Tsitsernakaberd, onde foi recebida pela Diretora do Museu-Instituto do Genocídio Armênio, Edita Gzoyan. Thunberg aproveitou a oportunidade para observar um minuto de silêncio na Chama Eterna, em homenagem às vítimas do Genocídio Armênio.

Swedish environmental activist Greta Thunberg paid a visit to the Armenian Genocide Memorial Complex of Yerevan, Armenia

Gzoyan detalhou a história dos três khachkars instalados em Tsitsernakaberd, que foram erguidos em homenagem às vítimas armênias que foram mortas em massacres orquestrados pelo governo azerbaijano em Sumgait, Kirovabad e Baku.

A diretora do Instituto também destacou as histórias de cinco combatentes pela liberdade enterrados diante do Muro da Memória, que foram mortos enquanto defendiam Artsakh, ressaltando a relevância do Genocídio Armênio no contexto de perseguição e violência contra os armênios.

Enquanto se preparava para sair, Thunberg escreveu: “Obrigada pelo seu trabalho inestimável. Agora cabe a cada um de nós continuar a espalhar a conscientização e exigir justiça. Nunca mais para ninguém”, no livro de visitas do Museu.

O recado de greta no livro de visitas do Museu do Genocídio Armênio.
Matérias Relacionadas
Da Redação

Armênia acolherá acervo cultural palestino ameaçado pela guerra

Itens Históricos da Palestina Serão Temporariamente Preservados no Matenadaran, em Yerevan, Diante…
Leia mais
Esportes

Começa a Temporada 2025/26 da Armenian Premier League

Uma nova edição, a mesma paixão: dez clubes entram em campo buscando a glória…
Leia mais
Esportes

Ararat-Armênia Elimina o Cluj em Jogo Dramático e Segue Vivo na UEFA Conference League

Com gol decisivo na prorrogação, equipe armênia desbanca um tradicional adversário romeno e…
Leia mais

Deixe um comentário