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Em nota ao Portal Estação Armênia, embaixada húngara no Brasil defende a extradição de azeri

Logo após sabermos que a Hungria havia extraditado Ramil Serefov (assassino do oficial armênio Gurgen Markaryan durante treinamentos da OTAN em Budaspete [Hungria] em 2004), o Portal Estação Armênia começou uma campanha para que nossos leitores enviassem seu e-mail para a Embaixada da Hungria no Brasil manifestando repúdio pela extradição do “assassino do machado” de volta ao Azerbaijão.

A campanha surtiu efeito. Prova disso é a nota enviada pelo sr. Mihály Dudás, encarregado de negócios da Embaixada da Hungria no Brasil, ao portal Estação Armênia. Na missiva, o representante húngaro reafirma a posição de seu país. Nas palavras de Dudás: “Penso, que a atitude tomada pelo Governo da Hungria é contundente e bem clara.”

Por isso, não podemos cessar de mandar e-mails de modo a deixar claro ao governo húngaro que a sua ação não foi acertada, mas sim uma afronta à justiça e aos armênios. Se você ainda não mandou o seu e-mail, enderece seu protesto para mission.brz@mfa.gov.hu . O Estação Armênia disponibilizou um modelo de mensagem [Clique aqui].

Segue abaixo a íntegra da nota da Embaixada Húngara enviada para o Portal Estação Armênia.

Estimado Sr. Diretor Geral, Respondendo sua carta, bem como as outras de igual teor, mandadas a nossa Embaixada deixe me lembrar o Senhor dos fatos seguintes:

O Primeiro-Ministro Viktor Orbán enfatizou segunda-feira, que a Hungria cumpriu com as normas internacionais a respeito da transferência de Ramil Sahib Safarov para o Azerbaijão. Ele acrescentou que as regras do Direito Internacional são configuradas de modo aberto e não com base em acordos secretos.

De acordo com a repentina e não esperada soltura do Sr. Safarov por parte das autoridades do Azerbaijão na sexta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Hungria e o Ministério da Administração Pública e Justiça lançaram uma declaração conjunta na qual salientaram que a transferência do Sr. Safarov foi preparada e conduzida pela Hungria de maneira transparente e em conformidade com as leis internacionais. A declaração ressaltou ainda que a Hungria espera a mesma abordagem por parte de seus parceiros internacionais e destacou o profundo respeito que o país nutre pela Armênia.

Após o clamor internacional feito pelos Armênios, o Secretário de Estado Parlamentar do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Sr. Zsolt Németh, pediu ao Sr. Vilayat Guliyev, Embaixador do Azerbaijão na Hungria a seu escritório e o informou a respeito da posição do Governo da Hungria, entregando uma Nota Diplomática para este Embaixador. A Nota destacou que as ações do Azerbaijão representavam um acentuado contraste com a garantia recebida mais cedo por parte do Vice-Ministro de Justiça da República do Azerbaijão, em carta datada de 15 de agosto de 2012, endereçada ao Ministério da Administração Pública e Justiça da Hungria (veja anexo). Nesta carta, a República do Azerbaijão, citando a relevante Convenção Internacional, assegurou que o sentenciado cumprirá o restante de sua pena na República do Azerbaijão e que obterá liberdade condicional somente após ter cumprido pelo menos 25 anos de sua sentença.

O Secretário de Estado responsável pelos Negócios Estrangeiros e Relações Econômicas Externas, Sr. Péter Szíjjártó, declarou em vários programas de TV e entrevistas concedidas para estações de rádio que cada aspecto desta transferência ocorreu de acordo com a Convenção de Estrasburgo de 1983 e que se tratou de um procedimento transparente. Ele negou todas as alegações que indicavam que o caso tenha sido influenciado pelas negociações sobre assuntos de energética entre a Hungria e o Azerbaijão.

Sr. Diretor Geral, Penso, que a atitude tomada pelo Governo da Hungria é contundente e bem clara.

Atenciosamente, Mihály Dudás – encargado de negócios a.i.

Embaixador da Hungria no Brasil, Csaba Szijjártó. Foto: AENotícias

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