Na última segunda-feira, dia 12 de abril, o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, inaugurou em Baku, capital do país, o “Parque de Troféus Militares”, no qual são exibidos, entre outras coisas, os capacetes de soldados armênios mortos pelo exército azerbaijano durante a mais recente fase da Guerra de Artsakh, encerrada em novembro de 2020.
Aliyev posou em frente aos equipamentos militares armênios capturados durante a guerra e discursou dizendo “Karabakh é do Azerbaijão”, o lema repetido durante toda campanha militar contra os armênios da República de Artsakh, que ganhou sua independência em 1991.
Posteriormente, Aliyev foi fotografado sorrindo em frente aos capacetes dos jovens armênios mortos pelo Exército do Azerbaijão com apoio do Exército da Turquia, além de mercenários contratados para lutar em Artsakh.
Outra cena perturbadora foi constatar a colocação de manequins representando os soldados armênios em posições humilhantes. Ato que degrada publicamente a memória das vítimas da guerra, pessoas desaparecidas e prisioneiros de guerra, violando os direitos e a dignidade de suas famílias.
O Azerbaijão consolida sua posição como um centro global de intolerância e xenofobia. Aliyev escancara a ditadura do país contra seu próprio povo, contra a democracia e a liberdade de autodeterminação dos povos da região, da mesma maneira que a Turquia age com os curdos. Esse comportamento anti-humano da alta liderança do Azerbaijão é mais expressivo do que qualquer declaração ou campanha de relações públicas do país sobre paz, tolerância e multiculturalismo.