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Após reabertura, Pashinyan transfere responsabilidade da transmissão do COVID-19 para população

Com informações de: Asbarez, Mirror Spectator, CDC, Armenpress, PanoramaAm

O Primeiro Ministro armênio mudou radicalmente seu discurso desde o começo da pandemia do novo coronavírus. No começo da disseminação do vírus no país, Nikol Pashinyan chegou a fazer uma declaração dizendo que o governo faria todos os esforços para evitar a disseminação da doença, porém nas últimas publicações em sua página oficial no Facebook ele tem se dedicado a culpar a população pela disseminação e disse que o problema não esta no sistema de saúde.

No final de Março, o governo armênio emitiu ordens de quarentena em casa, proibiu o transporte público e fechou a maioria das empresas não essenciais. Já em Abril, gradualmente essas restrições começaram a diminuir e desde então o número de novos casos de coronavírus tem aumentado constantemente.

Apesar disso, o governo decidiu anular as últimas restrições de bloqueio restantes, suspendendo a proibição de transporte público e permitindo que creches, shoppings, restaurantes, cafés e academias reabrissem.

Em Yerevan, 800 micro-ônibus e 300 ônibus voltaram a circular e policiais foram posicionados em pontos de ônibus em toda a cidade para garantir que motoristas e passageiros cumpram as regras de distanciamento social e de higiene estabelecidas pelo governo.

Desde o processo de reabertura os casos de novas infecções dispararam .No dia 1° de maio a Armênia registrava 125 novos casos por dia, no último 1° de Junho 517 novos casos em um dia, a maior taxa já registrada no país. Os números mais recentes confirmados são de 10.524 infectados, 3.454 recuperados e 170 mortes.

Em lives no Facebook (principal meio de comunicação do governo) Pashinyan afirma que “A principal razão para o aumento do número de casos são as empresas industriais. Entre 75 a 80% dos [novos] casos são registrados em empresas industriais e no setor de serviços.”

Pashinyan acusou essas empresas de não observarem as regras de distanciamento social e higiene estabelecidas pelo governo. Ele disse que o governo agora aplicará penalidades mais duras para essas violações. “Os cafés, restaurantes, agências bancárias, indústrias ou salões de cabeleireiro que não observarem as regras de segurança serão severamente fechados”, declarou.

“Existem dois extremos, um é o pânico, o que é inadmissível e não é necessário. O outro extremo é a calma em massa sobre esse surto. Inicialmente, conseguimos evitar o pânico, mas, pelo que entendi, evitamos muito mais do que o necessário. Agora somos incapazes de trazer de volta a nossa sociedade a algum estado equilibrado, porque a calma e o relaxamento das massas são vistos no país.”, disse em outra live.

Nesta última terça feira, dia 2 de junho, o primeiro ministro iniciou uma série de publicações em sua página oficial do Facebook que mostram pessoas nas ruas em aglomerações, com legendas como “Aqui estão aqueles que fornecem números recorde [de casos de coronavírus] para a Armênia.”

Postagens de Pashinyan no Facebook nesta terça

Em um vídeo que aparenta ser de uma festa de aniversário comentou: “Acabei de receber este vídeo, com a garantia de que isso aconteceu ontem no distrito administrativo de Shengavit. Esta é uma manifestação de extrema irresponsabilidade, uma ameaça à segurança nacional. Eu instruí o diretor do Serviço de Segurança Nacional (NSS) a lidar com os organizadores de todos esses eventos. ”

As postagens exigem também que os comércios tomem medidas contra as aglomerações “Avenida Bagratunyants, supermercado MJ. Por que é impossível manter a distância social?”

Nesta quarta feira, dia 3 de junho, Pashinyan afirmou que a situação relacionada ao coronavírus na Armênia não é um problema de saúde, pois as autoridades de saúde estão fazendo todos os esforços para conter a propagação da infecção. “Devo agora trazer as forças especiais e bater nas pessoas para que cumpram a lei e a ordem? Como posso fazer uma coisa dessas? Não estou acostumado a isso; estou aqui por uma cultura de comunicação diferente”, enfatizou.

“O problema é reconhecer a situação que estamos enfrentando. Conhecemos nosso problema há muito tempo. Que tipo de culpados podemos procurar quando se trata dos nossos pais, todos, nossa segurança nacional? A questão é: quer superar essa situação ou não? O problema é claro com regras bem definidas ”, afirmou.

O primeiro ministro não deu indicações de que considere restaurar as restrições de lockdown. Ele deixou claro que as autoridades continuarão a enfatizar a “consciência das pessoas” e novamente os estimulou a praticar o distanciamento social e a usar máscaras em todos os espaços fechados e lojas em particular.

Sobre o autor

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Co-criador do Portal Estação Armênia. Engenheiro Mecânico e de automação, Descobri a ascendência armênia tardiamente e tenho me dedicado à criar conteúdo online para a comunidade desde então. Atualmente morando em Toronto.
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