(Com informações de Asbarez, Hurriet Daily Newspaper)
Às vésperas do aniversário de 12 anos do assassinato do jornalista turco de origem armênia Hrant Dink, em frente à redação do jornal Agos, outro cidadão turco de origem armênia sofre ameaça de prisão por seu posicionamento político, dessa vez do próprio governo turco.
O gabinete do presidente turco Recep Tayyip Erdogan, apresentou uma petição à liderança do parlamento para retirar a imunidade de oito legisladores, entre eles Garo Paylan, um legislador de origem armênia que representa o Partido Democrático do Povo (HDP).
A petição se baseia em que Paylan teria “insultado a nação turca, o Estado turco, suas forças armadas e policiais”, “agido contra a lei sobre partidos políticos”, “feito propaganda terrorista” e “insultado o presidente”. Além disso, também acusa Paylan e seus colegas membros da HDP de terem “elogiado” o líder do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), Abdullah Öcalan, em seus discursos e expressado publicamente condolências aos militantes do PKK.
Esta é mais uma tentativa de Erdogan de enfraquecer as forças da oposição na Turquia, especialmente a HDP, que representa um grande eleitorado curdo. Se Paylan for despojado de sua imunidade, ele poderá ser preso, já que existem acusações e ações contra ele que não avançaram devido à sua imunidade.
Além de Paylan, cinco de seus colegas da HDP também estão na lista. Aparecem também o legislador que representa o Partido Republicano do Povo (CHP) e, surpreendentemente, um membro do próprio partido de Erdogan, Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), Reza Posac.
Se Paylan perder sua imunidade, ele poderá ser processado com base em vários artigos, inclusive o famigerado 301 do código penal turco, que prevê a prisão de quem insulta a “identidade turca”. Falar abertamente sobre o Genocídio Armênio é, atualmente, segundo a justiça turca, uma afronta ao país. Devemos lembrar que antes de ser assassinado, Hrant Dink também havia sido enquadrado no artigo 301.
Em maio de 2016, o parlamento turco aprovou uma lei que tirava a imunidade de seus membros sob acusação, o que permitia que os promotores cassassem membros do parlamento que fossem investigados. De acordo com o site do HDP, nove dos membros do parlamento, incluindo os ex-co-presidentes Selahattin Demirtaş e Figen Yüksekdağ, estão atualmente atrás das grades ao lado de muitos ex-legisladores e prefeitos.
Atualização: Nesta quinta-feira, dia 17 de janeiro, o parlamento turco rejeitou proposta de moção apresentada por Garo Paylan para esclarecer o assassinato de Dink em 2007. A proposta foi rejeitada pelos legisladores do AKP e do MHP.
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O jornalista armênio-turco Hrant Dink foi assassinado em 19 de janeiro de 2007 – http://bit.ly/Hrant-Dink12anos
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