Relato de uma sobrevivente do Genocídio Armênio de 1915 se transforma em um importante livro pelas mãos de suas sobrinhas.
Esta semana um novo livro com tema Armênio foi lançado no Brasil: O Massacre de Palú – Cenas de uma vida Armênia (editora ScorTecci, 2011) da autora Armenouhy Minassian Djelalian.
Em 93 páginas a autora procura descrever os fatos que ela testemunhou ocorridos em 1915, “simplesmente por sentir obrigação moral de perpetuar a memória de milhões de mártires anônimos“.
Durante anos Armenouhy pensou em escrever, mas não sabia como fazê-lo. Segundo relatos da própria autora, em 1963 um artigo no jornal Hairenik (fundado em 1899 em Watertown, Massachussets, USA) instigou-a.
A nota convocava todos os sobreviventes que testemunharam o horrendo crime a dar o seu relato. Assim, o jornalista Dikran Papazian colheu os depoimentos e publicou essa narrativa no livro – escrito originalmente em língua Armênia – “A história do Vale de Palú” (editora Mchag, Beirute, Líbano, 1963).
Tantig (como todos a conheciam) nasceu em Garin (Erzerum), em 1896. Morou em Alepo, Cilícia, Istambul, França e posteriormente no Brasil, quando desembarcou em 1933. Viúva, perdeu o marido, filhos e pais no genocídio.
Em todos os lugares em que viveu implantou serviços da Cruz Vermelha Armênia, mais conhecida como (HOM) e, desde a fundação da filial de São Paulo, esteve em várias gestões, participando em diversos cargos até o fim de sua vida. Em 16 de abril de 1997, Armenouhy faleceu em São Paulo.
Núnia Ekizian, sobrinha da autora, resolveu então traduzir a narração de Armenouhy. Porém, em 1996 Núnia faleceu. Passado esse período, a irmã de Núnia, Sônia Tcherkezian, uma mulher armênia, além de maestrina e dirigente da SAMA – Clube Armênio, resgatou o projeto e deu vida ao livro.
A distribuição da primeira tiragem deste livro foi toda reservada para o HAY OKNUTIAN MIUTIUN (HOM) filiais do Brasil.