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Sem nunca ter ido a uma Copa do Mundo, Armênia esteve presente (e foi campeã) em 1998

1998: A copa do Mundo é nossa!

A Seleção Armênia de futebol, fundada quando da 2ª independência do país, em 1992, jamais disputou uma copa do mundo, porém dois armênios conquistaram a copa do Mundo pela Seleção Francesa. E é essa história que o nosso colaborador Jonas Verás conta.


Na final da Copa do Mundo de Futebol de 1998 entre Brasil e França, quando o placar no Stade de France marcava 2 a 0 para a seleção anfitriã, aos 12 minutos do segundo tempo subia a placa para anunciar uma substituição: Saía Christian Karembeu
e entrava Alain Boghossian, o maio campista de origem armênia faria então companhia a Youri Djorkaeff que também possui ascendência armênia.

Aos 30 minutos do segundo tempo Djorkaeff foi substituído pelo jovem Patrick Viera e viu, do banco de reservas, o gol de Emmanuel Petit que deu números finais à decisão. Com o placar de 3 a 0 a Seleção francesa derrotava o Brasil e sagrava-se campeã mundial pela primeira vez. Já os brasileiros lamentavam a derrota mais dolorosa desde o Maracanazzo em 1950 (ainda nem sonhávamos com o 7 x 1).

Festa na França e festa entre os armênios que viviam no país.

Carreiras:

O meia-atacante Youri Djorkaeff nasceu em 1968 e possui raízes armênias provenientes de sua mãe, Mary. Ele também é filho do jogador Jean Djorkaeff que defendeu a seleção francesa na década de 1960. A Carreira de Youri teve inicio em 1984 no Grenoble, time pelo qual ele marcou 23 gols em 82 jogos. Após curta passagem pelo Strasbourg, Djorkaeff foi para o Mônaco, equipe na qual sua carreira deslanchou. No Principado, o atacante marcou 65 gols em 177 jogos e foi artilheiro do campeonato francês de 1993-1994 com 20 gols. A boa fase no Mônaco fez com que Djorkaeff fosse transferido para o PSG em 1995 e no ano seguinte para a Internazionale de Milão onde permaneceu por 3 anos.

Mais jovem que seu companheiro, Alain Boghossian nasceu em 1970 e iniciou a carreira no Olympique de Marseille em 1988, revezando-se entre o banco de reservas e a titularidade. Em 1992 foi para o pequeno Istres onde jogou 33 partidas e marcou 8 gols em atuações que o fizeram voltar ao  Olympique no ano seguinte . Após 31 jogos e 3 gols, Boghossian foi contratado pelo Napoli em 1994 e deu o pontapé inicial em sua trajetória no futebol italiano, pelo qual também atuou por Sampdoria e Parma.

Na seleção francesa, Djorkoeff estreou em 1993, tornou-se titular no mesmo ano e disputou a Eurocopa de 1996. No ano seguinte, 1997, Boghossiam fazia sua primeira partida pelos Les Bleus.

A Copa de 1998 marcou o auge dos jogadores armênios na seleção francesa. Boghossian atuou em 5 partidas (inclusive na final), porém o único confronto em que ele jogou os 90 minutos foi na vitória por 4 a 0 diante da Arábia Saudita, ainda pela fase de grupos. Já Djorkaeff foi mais efetivo, disputou todos os 7 jogos da França, foi um dos destaques da equipe e marcou um gol contra a Dinamarca na primeira fase, quando os franceses venceram por 2 a 1.

Após a Copa do Mundo, a seleção francesa ainda conquistou a Eurocopa de 2000 e a Copa das Confederações de 2001 com Djorkaeff atuando nas duas conquistas. Boghossian se lesionou nesse período e não participou destas duas campanhas vitoriosas da França

Boghossian e Djorkaeff despediram-se juntos dos Les Bleus em 2002, após a péssima campanha na qual a França foi eliminada na primeira fase da Copa. Naquele ano Boghossian não suportou as lesões e se aposentou aos 32 anos, após 5 partidas pela equipe do Espanyol. Djorkaeff, por sua vez, ainda teve uma carreira mais longínqua: Em 2002, após 3 anos no futebol alemão, ele se transferiu para o Bolton da Inglaterra, passou pelo Black Burn e encerrou sua trajetória em 2006, aos 38 anos, após 2 temporadas no New York Red Bulls, na Major League Soccer dos EUA.

Depois de pendurar as chuteiras, Alain Boghossian disputou alguns campeonatos de golfe, foi assistente técnico da seleção francesa e atualmente é diretor técnico da Federação Francesa de Futebol. Youri Djorkaeff permaneceu nos Estados Unidos após a aposentadoria e atualmente mantém uma fundação que desenvolve programas de futebol em Nova York. Em 2009 ele tentou iniciar uma carreira musical, porém não obteve grande sucesso.

 

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