O presidente turco Recep Tayyip Erdogan suspendeu sua visita oficial que faria ao Brasil, Uruguai e Venezuela, prevista para início de fevereiro.
O Governo da Turquia planejava a viagem pela América do Sul, após reunir-se com o Papa Francisco no Vaticano em 5 de fevereiro. No últimos dias, vários meios de comunicação ecoaram o descontentamento das comunidades armênias dos países aos quais Erdogan visitaria, além de possíveis manifestações contra a visita do mandatário turco. Segundo informaram fontes uruguaias, esta semana, vários agentes do governo turco viajaram para organizar a segurança do presidente.
“A visita à América do Sul agendada após a visita ao Vaticano foi adiada, a viagem na próxima semana será limitada ao Vaticano e à Itália”, afirmou uma declaração no site do presidente, sem especificar os motivos da mudança de agenda.
O Conselho de Causa Armenia do Uruguai deixou claro que “as negociações prévias a essa eventual visita demonstraram que o Uruguai continua sendo um objetivo chave do aparato negacionista da República da Turquia devido a politica de Estado uruguaia de reconhecimento e condenação do Genocídio Armênio“.
Vale lembrar que o Uruguai foi o primeiro país do mundo a reconhecer o genocídio perpetrado pelos turcos contra os armênios ainda em 1965, data que marcou os 50 anos do Genocídio Armênio.
Ademais, a suspensão da viagem se da no marco de uma importante operação militar turcas lançada contra os curdos da Síria, em Afrin, no dia 20 de janeiro, que inclusive vitimou uma das duas famílias armênias que viviam no local. A ofensiva do exército turco contra o Partido da União Democrática na Síria (PYD), seu braço armado, as Unidades de Proteção do Povo (YPG) e das Forças Democráticas da Síria (SDF).
Desde 2006, a Turquia tem vindo a prosseguir uma estratégia de abertura para a América Latina e o Caribe, que resultou na abertura de numerosas novas embaixadas nos países americanos e em várias visitas mútuas.