Via Diario Armenia (tradução: Adriana N. Topalian).
Numa manifestação pública organizada no dia 9 de abril de 2016, no centro de Estocolmo (Suécia), o vice-presidente da Federação que reúne as trinta associações turcas da Suécia, Barbaros Leylani, fez um apelo aos membros dessas associações para que acabem com os armênios e apoiem os azeris depois dos enfrentamentos registrados em Nagorno-Karabakh no começo daquele mês.
No vídeo (abaixo), Leylani, em turco (legendas em inglês), instou os turcos para um despertar e fez os manifestantes gritarem em coro: “Morte! Morte aos cães armênios!”. O vídeo, divulgado pelo canal de televisão TV4 Nyheterna, provocou fortes protestos, o que forçou a renúncia do Barbaros Leylani.
Assista:
Por outro lado, o dia 13 de abril, foi publicada uma foto (veja a imagem que acompanha este artigo)* do ministro sueco de Habitação, Mehmet Kaplan, participando de um jantar junto a Barbaros Leylani e IIlhan Senturk, líder da organização turca Lobos Cinzentos.
Quando questionado pela imprensa, o ministro sueco declarou que estava ali representado ao seu partido (Os Verdes) numa festa da comunidade turca e que ignorava tanto a presença de Ilhan Senturk na mesma, quanto a participação dele na organização Cinzentos. Porém, a publicação sueca Aftonbladet demonstrou que Kaplan e Senturk se conheciam há muito tempo.
Em maio de 2010, o atual ministro sueco Kaplan participou da “Frota da Liberdade”, em apoio à população palestina da Faixa de Gaza, operativo organizado pelo IHH, associação humanitária turca controlada pela Irmandade Muçulmana. Dois relatórios da inteligência russa, entregues ao Conselho de Segurança da ONU, provam que o IHH dá cobertura ao tráfico de armas destinado aos jihadistas da al-Qaeda e do Estado Islâmico (ISIS), que operam na Síria e no Iraque.
Lobos Cinzentos é uma organização supremacista laica turca, vinculada à OTAN. Em 1981, o número dois dessa organização, Mehmet Ali Agca, tentou assassinar ao Papa João Paulo II, numa tentativa de por fim à Ostpolitik do Cardeal Casaroli (política que procurava o diálogo entre o Vaticano e os países comunistas do Leste Europeu).
O atual presidente turco Recep Tayyip Erdogan, ex-dirigente da organização supremacista turca islâmica Milli Gorus, tem feito durante os últimos meses numerosas declarações nas quais defende a superioridade da etnia turca e nega o Genocídio Armênio e dos cristãos gregos e assírios.
Em abril de 2016, o próprio Erdogan anunciou a sua intenção de privar da nacionalidade aos cinco milhões de turcos que respaldaram com seu voto o HDP (partido que representa às minorias turcas) e a um milhão de opositores sunitas turcos que apoiam a Fethullah Gulen, ex aliado do próprio Erdogan.