Ícone do site Estação Armênia

1º balanço geral do conflito em Karabakh: dor, indignação e cada vez mais vontade de lutar

zinvor

O dia 6 de abril foi de muita tristeza e contagem dos que tombaram defendendo a Armênia e Karabakh após a série de ataques covardes empreendidos pelo Azerbaijão contra os armênios desde o dia 01 de abril.

Apesar da trégua mútua, aceita tanto por Azerbaijão como pelos armênios de Artsakh (Nagorno-Karabakh) em reunião realizada em Moscou, o lado azeri continuou atacando posições armênias nesta quarta-feira.

três soldados armênios foram mortos, dois na região de Karvachar (anteriormente Kelbajar) na terça-feira à noite e um na aldeia de Talish, no distrito de Martakert, de acordo com relatórios dos ministérios de defesa da armênia e Artsakh.

Em Karvachar, também na terça à noite, Suren Aramyan e Grigor Avetisyan, ambos da Artashat, foram mortos por por azerbaijanos. Armen Gasparyan foi morto na quarta-feira quando as forças azeris dispararam morteiros em Talish.

O presidente da Armênia Serzh Sargsyan teve importante encontro com a chanceler alemã Angela Merkel a respeito do conflito em Karabakh. Sargsyan vem sustentando cada vez mais a República de Nagorno-Karabakh via armênia. O líder armênio aproveitou para agradecer a Alemanha, não só por ter reconhecido o Genocídio Armênio no ano do centenário do crime, como também pelas desculpas públicas alemãs ao declararem que a Alemanha havia auxiliado os turcos militarmente na época. Em contrapartida, a alemã disse que torce pela paz imediata em Karabakh.

Um detalhe que chamou a atenção nesta quarta-feira foi o rastro de morte de rebanhos de animais deixados pelos azeris ao recuarem devido ao contra-ataque armênio que aconteceu na terça-feira (05).

Ainda há muita apreensão no ar. O momento é tenso e as conversações entre diplomatas dos dois países estão agendadas ainda para esta semana.

A Federação Revolucionária Armênia- Tashnagtsutiun, um dos partidos mais tradicionais da história armênia, com 125 anos atividades, se reuniu por meio do seu Bureau e do Kerakuin Marmin (Corpo Supremo) com o presidente de Artsakh Bako Sahakian. Já existem mortos entre as valentes tropas tashnag, os valorosos feday hentschak também.

Os próximos dias serão decisivos para o futuro do conflito, não podia ser diferente…

Dia 5 de abril:

No terça-feira desenrolou-se o quinto dia de combates entre as forças armênias de defesa de Nagorno-Karabakh e do Azerbaijão. As informações do lado armênio dão conta de perdas humanas e materiais, mas que as posições iniciais foram mantidas, segundo o Ministério de Defesa da República Montanhosa de Nagorno-Karabakh.

De acordo com os comunicados divulgados ao longo do dia, o Azerbaijão foi punido severamente pelas forças armênias e por isso se viu obrigado a recuar, mas sem cessar os ataques. Na parte da tarde, apesar do fim das hostilidades anunciada na noite anterior por parte do Azerbaijão (unilateralmente), o lado armênio continuou a sofrer ataques brutais por meio de artilharia pesada, como no caso dos foguetes “Smerch”.

O lado armênio divulgou vídeo provando que o Azerbaijão abriu fogo contra regiões habitadas por civis em Karabakh.

Ainda segundo o Ministério da Defesa de Nagorno-Karabakh, as posições armênias perdidas para o Azerbaijão na segunda-feira (04) foram todas retomadas e as perdas enumeradas. Segundo o boletim divulgado, o Azerbaijão contabiliza baixas de mais de 300 soldados (mortos), 24 tanques destruídos e mais 5 outros veículos, além de 2 helicópteros e 12 drones.

Em contrapartida, o lado armênio contabiliza a perda de 59 soldados (29 mortos e 28 desaparecidos), além de 101 feridos e 14 tanques destruídos desde o dia 2 de abril, data que os ataques azerbaijanos ganharam intensidade.

Também na terça-feira, após o contra-ataque Armênio, o Azerbaijão aceitou uma trégua parcial oferecida pelo grupo de MINSK da OSCE em reunião realizada em Moscou. O lado armênio também aceitou os termos da trégua, mas afirma que o Azerbaijão continua atirando em posições armênias.

Por outro lado, a moral das tropas armênias está elevada, enquanto no Azerbaijão a tensão política cresce com a baixa do preço do petróleo, além da divulgação de que a família Alyiev também aparece no caso Panama Papers que investiga contas e valores de ricos e poderosos em paraísos fiscais.

Os armênios lutam pelo princípio da autodeterminação dos povos, direito garantido pela ONU, enquanto os azerbaijanos lutam por um presidente corrupto, belicista e completamente descontrolado.

Um encontro entre o presidente da Armênia Serzh Sargsyan e os representantes do grupo da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE – que media o conflito desde 1994) ficou marcado para sexta-feira, dia 09 de abril, em Yerevan, capital da Armênia. Tal encontro poderá decidir o futuro do conflito.

A terça-feira, dia 5 de abril, também foi marcada por protestos de armênios nas sedes das Embaixadas do Azerbaijão em Paris (França), Los Angeles (EUA) e Buenos Aires (Argentina) para pedir o fim dos covardes ataques contra os armênios na República Montanhosa do Alto Karabakh.

Na Áustria, um grupo de armênios também se reuniu em frente à sede da OSCE na capital Viena exigindo um posicionamento firme da entidade contra o as agressões do Azerbaijão.

Sair da versão mobile