O ano de 2014 deixa muitos acontecimentos marcantes para a comunidade armênia, nacionalmente e internacionalmente. São histórias de perdas, lembranças e vitórias que fazem deste um ano para ficar na memória dos armênios.
Começamos o ano com um baque, armênios na Síria da região de Kessab foram forçados a deixar suas casas durante um ataque surpresa de forças armadas financiadas pelo governo turco no final do mês de Março. Do dia para a noite milhares de armênios ficaram sem casas e se refugiaram nas cidades vizinhas, principalmente para Latakia, que já abrigou muitos armênios durante o Genocídio. Foi o terceiro grande ataque a Kessab da história, o primeiro em 1909, durante o Massacre de Adana, o segundo em 1915 durante o Genocídio Armênio e agora em 2014 a continuação do Genocídio através do financiamento turco à política de negacionismo que motivou o ataque como forma de represália às iminentes rememorações no mundo todo do centenário do Genocídio.
Em uma carta aberta, os armênios refugiados em Latakia pediram ajuda à todas as comunidades do mundo, principalmente apoio político. Em Abril de 2014, durante as rememorações do Genocídio, o Portal realizou o evento #SaveKessab, que reuniu informações sobre os ataques e a então situação dos armênios da região. No dia 15 de Junho o exército sírio reconquistou à região e a comunidade armênia pode voltar ao que sobrou de suas casas.
Também durante a semana de rememoração no Brasil, a comunidade armênia de São Paulo se juntou em frente ao consulado turco em evento pacífico realizado pelo CNA Brasil para protestar contra a política negacionista do estado turco. O evento deste ano teve reorde de participantes, reunindo mais de 100 ativistas.
2014 também foi nacionalmente nosso ano da cultura. Em julho, a participação na 19ª Festa do imigrante no Museu da Imigração em São Paulo reuniu culinária e dança armênia, com a apresentação do Grupo de danças típicas Armênias Kilikia, do Hamazkayin de São Paulo, que também realizou diversas outras apresentações durante o ano, levando parte da cultura armênia aos brasileiros.
Ainda sobre nossa cultura, tivemos uma grande exposição no especial do Globo Repórter sobre a Armênia, que mostrou um pouco da milenar cultura armênia e que, se não abordou toda a cultura, ao menos instigou às pessoas a buscarem mais e conhecerem nosso país.
Esse ano internacionalmente o nome da Armênia também foi levado mais longe. Durante o Eurovision, maior campeonato de composições da Europa, o armênio Aram MP3 conseguiu repetir a melhor colocação do país na competição, o quarto lugar, o que é um feito incrível, considerando que a competição existe desde de 1956 e a Armênia começou a disputar apenas a partir de 2006.
O ativismo armênio não poderia faltar, em setembro a Folha de S. Paulo, em matéria sobre a vida noturna de Baku, fez uma referência à história do Azerbaijão e colocou os armênios como um dos povos que ao longo da história teriam invadido e massacrado o país. Em resposta rápida, o CNA Brasil enviou email para a redação do jornal que publicou uma errata corrigindo a matéria e esclarecendo que a Armênia jamais invadiu o Azerbaijão no sentido expresso na reportagem.
Grandes nomes nos deixaram no ano de 2014. Internacionalmente, Sebouh Abcarian, maestro da Orquestra Sinfônica e Coral Kohar, faleceu em agosto causando comoção em todas as comunidades armênias ao redor do mundo, a orquestra e o maestro se apresentaram no Brasil em novembro de 2012. Em março também nos deixou a professora Oriort Suzana que ensinou durante décadas no Externato José Bonifácio e no final do ano, em novembro, perdemos o Arcebispo Datev Karibian.
2014 foi palco de grandes acontecimentos na vida armênia, boas e ruins. Temos um grande ano a frente que promete grande repercussão internacional, o ano do centenário de um dos maiores crimes da humanidade até hoje não reconhecido, que venha 2015.