Via Prensa Armênia.
O governo turco prendeu no dia 14 de dezembro, jornalistas de oposição em sua maioria membros do movimento Hizmet, uma organização liderada pelo pregador Fethullah Gülen, que nos últimos tempos vem fazendo duras críticas ao governo do Presidente turco Recep Tayyip Erdogan.
Um total de 31 jornalistas, editores, executivos e diretores de televisão foram presos e acusados de serem membros de uma organização terrorista O caso mais proeminente era a prisão de Ekrem Dumanlı, editor do jornal Zaman, o maior da Turquia e pertencente à irmandade de Gülen.
“Ele Gullen condenou a tentativa de silenciar a imprensa, mas também devemos lembrar que não há muito tempo seu movimento promovia essas ações e perseguia aqueles que não compartilhavam dos valores e estilo de vida que ele e Erdogan querem e queriam conferir à Turquia disse Pablo Kendikian, jornalista e autor de
“Fethullah Gülen”, livro recém lançado na Argentina e que traça um perfil da organização turca bem como seus tentáculos em diversas frentes inclusive na Argentina.
“Erdogan e Gulen são os extremos de uma mesma política. A luta pelo poder na Turquia tende a aprisionar ainda mais e sociedade turca nessa disputa”, disse o jornalista. “Assim como não sabemos os verdadeiros motivos para as detenções dos jornalistas , não podemos ignorar que Gülen fazia parte da construção do Estado repressivo e do Estado paralelo enquanto ele e Erdogan eram aliados.”
O autor do livro revela no enredo que os objetivos da rede de Gülen, atuando inclusive fora da Turquia é criar uma fachada para um plano global de médio e longo prazo para sustentar suas práticas e ações visando o poder. Essa é a verdade por trás do véu humanitário e tolerante que eles trazem para suas atividades em lugares como a Argentina.
O líder Fethullah Gülen, agora auto-exilado nos Estados Unidos, era um aliado de Erdogan quando esse ainda era Primeiro Ministro. Essa aliança seguiu até 2010, quando o divórcio tornou-se notório na medida que os meios de comunicação ligados ao movimento de Gullen começaram a divulgar casos de corrupção dentro do governo em dezembro de 2013.