Nono dia do Fórum Estudantil de Verão do Hamazkayin (dia 27/07)
Por Nairi Zadikian:
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Nosso domingo começou de um jeito bem singular: molhado. Mas muito molhado mesmo! Era a comemoração de Vartavar (clique aqui para ler sobre a festividade), e foi divertido demais! Pessoas na rua andavam “munidas” de garrafas cheias d’água, baldes, arminhas de água, tudo o que seja possível relacionado a água. Não era difícil que uma pessoa desconhecida passasse por você e então virasse um balde de água na sua cabeça… Na verdade isso aconteceu uma porção de vezes! Qualquer tentativa de se secar um pouquinho era mal sucedida. As pessoas não paravam de brincar, e foi muito engraçado!
Depois de um bom tempo de comemoração de Vartavar, nos secamos e partimos com rumo à Sardarabad, onde nosso povo conquistou nossa honrosa primeira independência no dia 28 de maio de 1918.
Visitamos o museu que fica no mesmo complexo, que abriga boa parte da nossa história. Tivemos a companhia de guias que nós apresentaram a uma seção especial do museu, dedicado somente à batalha. Lá contava a história dos bravos que lutaram na ocasião, como Aram Manukian, algumas roupas pessoais e outros objetos.
Já em frente ao monumento, cantamos juntos a canção “Sardarabad”, e assim como nela é descrito, os sinos tocaram enquanto entoávamos a estrofe que diz “Zanker, ghoghanchek, Srpazan kacherin ganchek ais artar badits. Serountner, took tsez djanachek Sartarabadits“. (Trad. Toquem os sinos, chamem os bravos herois a partir desta parede. Gerações, aprendam sobre si mesmas a partir de Sardarabad (Ouça no player abaixo).
Os sinos tocavam e me pareceram como um chamado aos jovens como diz a ultima parte do refrão: para que eles se conheçam desde o Sardarabad. Não preciso nem falar que fiquei arrepiada nesse momento… Foi realmente incrível pensar que naquele chão onde eu pisava, bravos heróis lutaram por nós e foram tão vitoriosos. Lembrei muito do nosso grupo Escoteiro Sardarabad, que inspirado na força daqueles que tombaram por nós, realiza um trabalho super importante com os jovens da comunidade.
Retornamos ao hotel, e cada jovem dedicou a tarde ao grupo em que faz parte (dança, música, poesia…), já que em alguns dias faremos uma pequena apresentação. No início da noite, recebemos diretores das organizações Birthright Armenia e Tebi Hayq (Repat Armenia). Além dos responsáveis, vieram também 3 pessoas (dos EUA e Síria) que moram há algum tempo aqui e puderam dividir a experiência de se mudar pra Armenia, tanto em relação ao trabalho, como moradia, transporte, gastos, tudo. Foi falado também sobre as normas e funcionamento do BR, que traz jovens do mundo todo pra fazerem trabalho voluntário na Armenia, com tudo pago. Ambas organizações deixaram contato e se dispuseram ao esclarecimento de dúvidas e qualquer tipo de assistência.
Assim terminou nosso dia… Estou ansiosa por amanhã, quando vamos visitar Tsakhkadzor e ainda um abrigo pra crianças órfãs ou com baixa condição de vida.
Tenho certeza que será mais um dia inesquecível.
Nairi fiquei arrepiada,quando lia seu relato….demais!