Onnig Comenta

Jogos Pan Armênios

Um abraço ao meu amigo Jonig Semerdjian e outras reflexões

Por repetidas vezes expressei através de artigos e publicamente a minha opinião sobre o duplo papel da diáspora armênia. O primeiro é ajudar a Pátria-mãe em todos os sentidos e o segundo e fortalecer as suas instituições como alicerce desse amparo a Armênia de hoje e do futuro. Ainda vejo a diáspora como guardiã da Armênia. Estamos diante de um desafio, praticamente uma escolha definitiva.

Escrevo essa introdução positivamente impactado pela delegação de São Paulo que participou dos 5O Jogos Pan Armênios. A maior delegação que já mandamos é fruto de muito trabalho e dedicação e merece todos os elogios.

Peço licença a todos para parabenizar o Presidente do Comitê, Yeghpair Ohannes Semerdjian Neto, nosso estimado “Jonig”. Há mais de 15 anos tivemos uma conversa sobre o futuro da Armênia quando da queda do governo Ter-Petrossian que havia prendido e torturado estimados companheiros nossos e partilhávamos a preocupação com os tristes acontecimentos daquele período. Anos depois, “Jonig já se ocupava com a organização da delegação de São Paulo e defendia que a participação do Brasil iria crescer e ampliar o envolvimento com a Pátria-mãe. Confesso que duvidava disso e hoje me rendo: Djonick está certo!

A gravidade da situação econômica, social e política da Armênia permite então unir as duas pontas dessa conversa. É necessário e urgente que a comunidade armênia do Brasil faça um reflexão sobre seu papel. Quais aspectos precisam ser reforçados, quais corrigidos internamente e nas relações com a Pátria-mãe? Que tipo de papel teríamos no fortalecimento da Armênia? É certo que as instituições globais já fazem isso como, Ugab, Hom , Homenetmen e Fundo Armênia. Mas coloco a discussão em um outro patamar: Como envolver os jovens que foram para esse importante evento no seu retorno?

Certamente eles tem noção da responsabilidade que lhes recai nos ombros como descendentes de armênios. Tenho certeza de que não são armênios somente de festas e eventos formais, mas armênios de luta e participação. É assim que a resposta para essas e tantas outras indagações não está e nem devem estar com as lideranças comunitárias. São eles, os jovens, que devem assumir o papel protagonista da colônia de São Paulo e inaugurar uma nova fase do ativismo. A interferência do sangue novo nas decisões comunitárias será extremamente saudável, sobretudo nos casos onde a omissão é a tônica. Com altos valores democráticos é possível se chegar a uma vinculação entre os princípios norteadores da armenidade e as decisões do futuro.

Precisamos criar os meios para que isso aconteça de forma salutar. Escusado dizer que devemos articular isso com urgência. O ativismo se completa quando palavras se transformam em atos. Seja bem vinda delegação brasileira a 5a edição dos Jogos Pan Armênios. Os jogos do futuro da Armênia e da Armenidade estão somente começando!

*James Onnig Tamdjian é colunista do Estação Armênia e suas opiniões não refletem necessariamente

Sobre o autor

Artigos

Professor de Geografia e Geopolítica. Fleumático, colérico, sanguíneo e melancólico.
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