Por Gustavo Chacra –
A comunidade internacional, com razão, fica espantada quando o líder iraniano Mahmoud Ahmadinejad questiona o Holocausto. Afinal, não faltam provas e documentos históricos que podem ser vistos em diversos museus e bibliotecas ao redor do mundo comprovando que o regime nazista levou adiante um processo de extermínio de judeus e outras minorias em escala industrial durante a Segunda Guerra.
Ao mesmo tempo, poucos parecem se importar quando o presidente Barack Obama e sua secretária de Estado, Hillary Clinton, tentam impedir que o Congresso dos EUA aprove uma resolução reconhecendo o genocídio armênio, já aprovada pela Comissão de Relações Exteriores. Para quem não sabe, o Império Otomano massacrou 1,5 milhão de armênios na Anatólia (atualmente território turco) durante a Primeira Guerra. Outras centenas de milhares foram obrigadas a fugir para o Líbano e Síria, com alguns seguindo adiante junto com sírios e libaneses para a América.
Hoje, formam prósperas e influentes comunidades em Buenos Aires, Los Angeles, São Paulo e Beirute.Os americanos dizem se tratar de realpolitik, de não querer irritar a Turquia, um importante aliado na OTAN. Bobagem, o Líbano e a Síria, países pequenos e próximos do território turco, reconhecem o genocídio, assim como a França. E nenhum deles rompeu relação com Ancara.
Apenas para ficar claro, a versão turca, contestada por historiadores do próprio país, é de que os armênios morreram em conseqüência da guerra. Também vale frisar que, para defender este ponto de vista, ironicamente, os turcos se valem da ajuda do lobby pró-Israel da AIPAC. Uma atitude lamentável desta organização, que provoca enorme condenação de membros da comunidade judaica nos EUA que reconhecem o genocídio armênio. A AIPAC também apóia a posição turca devido