Nessa quarta feira (3 de outubro) a escalada de violência na Síria teve mais uma tensa página escrita.
Tropas Sírias lançaram um ataque ao posto de fronteira com a Turquia controlado por rebeldes do suposto ELS (Exército Livre da Síria). Os mísseis erraram o alvo e atingiram uma casa na cidade turca de Aksakali, bem próxima a fronteira entre os dois países matando 3 pessoas segundo as informações turcas.
Na mesma hora as forças armadas turcas lançaram uma resposta com bombardeio pesado à posições do Exército Sírio leal a Bashar Al Assad.
O governo turco vem se envolvendo cada vez mais no conflito e mostra assim sua meta de se tornar uma potência regional.
Nessa semana a convenção do partido governista, Justiça e Desenvolvimento, do Primeiro-Ministro Erdogan, foi uma demonstração do Neo-otomanismo que se formula. Lideranças de todo o Oriente Médio estiveram presentes dando ainda mais importância para o papel político da Turquia.
Durante décadas a Turquia foi uma aliada do regime dos Assad, e hoje aproveitando a maré econômica e política favorável, ela se coloca como defensora da democracia apoiando os rebeldes sírios e acolhendo milhares de refugiados vindos do país vizinho.
O Chanceler turco Davotoglu afirmou que a Turquia vai responder com vigor a qualquer ataque e se necessário aumentar sua inserção no conflito.
Para a comunidade armênia da Síria e para os armênios do mundo todo, essa é uma péssima notícia, já que a maior parte mora em Aleppo que fica a pouco mais de 100 km da fronteira.
O até então desarticulado grupo guerrilheiro armênio ASALA (Armenian Secret Army for Libertation Armenia) lançou recentemente um comunicado alertando as autoridades turcas de que qualquer atitude violenta contra a comunidade armênia vai ser respondida a altura.