Um tribunal em Yerevan rejeitou em janeiro deste ano o pedido da Rússia para extraditar um homem que fugiu da república da Chechênia após ser torturado por ser suspeito de ser gay, disse um grupo de direitos LGBTQIA+.
Em 2020, Salman Mukaev foi detido pelos serviços de segurança na Chechênia e submetido a interrogatório e tortura. Essa ação ocorreu de acordo com a SK SOS, uma organização que auxilia pessoas LGBTQ+ no norte do Cáucaso da Rússia.
Sob tortura, ele foi forçado a admitir ter um relacionamento romântico com seu amigo e concordou em “cooperar” com as autoridades, atraindo homens gays online para conhecê-lo e depois denuncia-los à polícia.
Mukaev fugiu para a Armênia após ser libertado da detenção, mas não conseguiu deixar o país depois de as autoridades russas abrirem um processo criminal contra ele e emitirem um mandado de prisão.
Um tribunal armênio negou o pedido da Rússia para extraditá-lo, decidindo que as pessoas LGBTQIA+ “não estão seguras na Chechênia e, na Rússia, os seus direitos podem ser violados devido a leis homofóbicas”, segundo o SK SOS.
Da mesma forma, o tribunal armênio tomou nota da decisão do Supremo Tribunal da Rússia que designou o chamado “movimento público LGBT internacional” como uma organização “extremista” proibida.
“Estes processos oficiais são de fato um incentivo para a sociedade legalizar a violência e outras formas de perseguição de membros da comunidade LGBT”, disse a SK SOS citando a decisão do tribunal.
De acordo com o SK SOS, o tribunal também concedeu asilo e estatuto de refugiado a Mukaev na Armênia.