No dia 2 de agosto morreu em um grave acidente de trânsito Ulku Adatepe, filha adotiva de Kemal Atatürk, fundador da República Turca que consumou a fase final do genocídio armênio.
Ela faleceu aos 79 anos quando o carro dirigido por seu marido bateu de frente em um outro veiculo na estrada que vai de Istambul à Ancara.
Ela foi uma das seis crianças adotadas por Atatürk nas décadas de 1920 e 1930 sendo que sua imagem foi usada para difundir o “Alfape” a transliteração do idioma turco para letras latinas, abandonando de vez a escrita árabe que os turcos usavam, já que nunca tiveram um alfabeto próprio.
Ulku Adatepe e seus irmãos reforçaram a imagem de Kemal Atatürk como um grande pai e liderança incontestável, fato que mergulhou a Turquia em ditaduras terríveis e governos corruptos e nacionalistas que se perpetuam até hoje.
Com sua morte repentina, mais uma vez histórias surgem, já que em 2007, Ulku havia revelado que Atatürk teria nascido em Malatya, cidade que tinha enorme população armênia antes do genocídio.
As especulações dão conta de que Kemal teria ido para Salonica ( Thesalonica) depois de nascer e que também teria sido adotado. Pesquisas feitas pelo escritor turco Fatih Bayhan apontam que existe a possibilidade dele ter nascido em um berço armênio ou mesmo curdo. Muitos estudiosos afirmam que ele teria sua origem em famílias judias convertidas séculos antes ao islamismo.
Essas especulações surgem de tempos em tempos e criam alvoroço em toda a Turquia já que armênios e curdos são povos perseguidos pelo estado turco ao longo de sua história e onde Atatürk é considerado um herói.