Fonte: Asbarez –
O renomado cantor e Embaixador da Armênia na Suíça Charles Aznavour irritou a população armênia de Javakhk concordando em realizar em uma cerimônia oficial na quinta-feira para a reabertura da histórica Fortaleza de Rabat, onde ele estará se apresentando em frente de uma mesquita, que também foi reformada com verbas oficiais do governo central georgiano.
Javakhk é uma região de maioria armênia sob controle da Georgia. Sua população sofre com a falta de infra-estrutura, emprego e tem seus bens e patrimônios sob constante vigilância das autoridades georgianas. Anos atrás o governo da Geórgia tentou limitar o ensino da língua armênia na região.
Várias organizações armênias da região expressaram sua angústia com a decisão de Aznavour de aceitar participar desta celebração patrocinada pelo governo, argumentando que as autoridades que financiaram a reconstrução da mesquita se negam a devolver a secular Igreja de Surp Neshan para a Diocese Armênia da Geórgia.
O grupo pediu para Aznavour cancelar sua apresentação.
“Ao participar no concerto, Aznavour inadvertidamente reforça a política oficial da Geórgia de violar os direitos dos armênios de Javakhk”, afirmaram as principais entidades armênias da região. “A participação de Aznavour terá um impacto negativo sobre a reputação do grande cantor entre armênios de Javakh,” reforçou a nota oficial.
Aznavour, cujos antepassados são da região, será acompanhado por uma orquestra de 25 pessoas e irá executar seu repertório tradicional durante a celebração patrocinado pelo governo. Ele chegou à Geórgia na quarta-feira.
Na semana passada, um grupo de armênios de Javakhk que moram na Rússia também fez um pedido similar a Aznavour. Eles alertam que, embora a maior parte do financiamento para a renovação da fortaleza do século 16 foi do governo da Geórgia, houve financiamento turco de alto valor financeiro. Segundo a imprensa da Geórgia existem negociações com a Turquia para a reforma da Mesquita Azizieh em Batumi. Em troca, o governo georgiano declarará a Mesquita Ahmadieh, em frente ao local onde Aznavour vai cantar, como patrimônio histórico da cultura otomana.
Nem Aznavour nem os seus representantes têm comentado sobre o assunto.