O Deputado Federal Eduardo Bolsonaro (PSL/SP) recomendou nesta sexta, 28 de agosto, em sua página no Facebook que seus seguidores assistam A Promessa (2017), filme sobre o Genocídio Armênio. Na postagem, ele compartilha resenha do filme feita por Gabriel de Arruda Castro, especial para a Gazeta do Povo.
O filme, que está disponível na plataforma Netflix, é uma superprodução que tem como pano de fundo o primeiro genocídio do século XX. Escrito por Terry George e Robin Swicord e dirigido por Terry George, o filme conta com as estrelas Oscar Issac, Christian Bale e Charlotte Le Bon.
Ressaltando o fato dos armênios serem cristãos, Bolsonaro confessa que ainda não assistiu ao filme, mas que em breve assistirá. Ao fazê-lo, o deputado federal terá contato com a história do povo armênio, marcada por violência, tortura, deportação e morte.
É no mínimo curioso que Bolsonaro mostre empatia pelo povo armênio – sem, aliás, condenar diretamente o negacionismo da República da Turquia e a hostilidade do Azerbaijão – dias depois de se reunir com o novo embaixador da República da Armênia no Brasil, Arman Akopian. É provável que o post seja fruto de conversas entre a diplomacia armênia e o deputado federal, que também é presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados. “Zerotrês” – como é chamado por seu pai Jair Bolsonaro – é conhecido por seu interesse em política externa e ativismo em questões diplomáticas, muitas vezes entrando em rota de colisão com o Ministério das Relações Exteriores e diplomatas de carreira.
Ao que parece, Eduardo Bolsonaro não tem intenção de fazer nenhum gesto relevante em direção à causa armênia, mas ganhar simpatia da comunidade armênia do Brasil e de seu novo embaixador, ao mesmo tempo em que acena à sua base eleitoral religiosa jogando luzes sobre o genocídio de um povo cristão em um império majoritariamente muçulmano. É bem sabido que o clã Bolsonaro não é muito afeito às causas humanitárias e às questões de direitos humanos. Portanto, o post do Deputado Federal é mais um gesto oportunista e eleitoreiro de um político que deseja capitalizar em cima da dor e sofrimento dos armênios.