As íngremes ladeiras que separam as bases de acampamentos de alpinistas que vão em busca do topo do Monte Ararat estão cheias de sujeiras, dejetos e restos de comidas. É o que denunciou recentemente um grupo de alpinistas ao Ermeni Haber, jornal turco que cobre pautas armênias. Por fotos enviadas à agência de notícias, nota-se o total descaso das autoridades turcas com a montanha.
“Sim, é muito preocupante. Que administração regional poderá recolher isso tudo? Em 2003, também escalei o topo. Todas as vezes, trouxemos de volta o que havíamos levado. Não é tão difícil, explicou um dos alpinistas entrevistados pelo diário Asbarez.
Procurado por alpinistas do mundo todo por seus 5.137 metros, o Monte Ararat é sagrado para os armênios, primeiro povo a aceitar o cristianismo como religião oficial de em 301 DC. Lá, segundo o capítulo de Gênesis da Bíblia cristã, após 40 dias de dilúvio a Arca de Noé teria encalhado nas encostas do monte e, à partir de lá, criou-se uma nova civilização.
Veja o vídeo:
O Monte Ararat fez parte dos territórios armênios da época dos reino da Grande Armênia e sempre fez parte da paisagem armênia, em ambos os lados. Entretanto, há mais de um século, a montanha está dentro das fronteiras da atual Turquia e também é chamada de monte Agri.
O Monte Ararat é um símbolo nacional do povo armênio.
Em julho de 2012, o fotógrafo e arquiteto brasileiro de origem armênia, Stepan Norair Chahinian escalou o Monte Ararat (relembre aqui). Logo depois, pudemos realizar uma entrevista com Norair, que contou detalhes da escalada.
Esta notícia utilizou informações de Ermeni Haber, Asbarez e Diario Armenia.
Estação Armênia Entrevista: Norair Chahianian, o brasileiro que escalou o Monte Ararat.