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Ofensiva azerbaijana na América do Sul se estende à Brasília

Nas últimas semanas o governo do Azerbaijão, através do seu Ministério das Relações Exteriores, vem incrementando os contatos com diversos governos sul-americanos.

O Chanceler azerbaijano, Elmar Mammedyarov, está em um giro oficial pela Colômbia, Peru, Argentina e Uruguai.

Como o principal aliado da Turquia na Ásia Central, a presença diplomática azerbaijana na América do Sul reforça a posição desses países em nações que tradicionalmente tem um compromisso com a Causa Armênia, como Argentina e Uruguai, esse o primeiro país a reconhecer oficialmente o genocídio armênio no mundo em 1965.

Em Brasília

Nessa viagem Mammedyarov não visitará o Brasil. Ele já esteve aqui em 2006 e teve muitos contatos com a diretoria da PETROBRAS já que o Azerbaijão é um grande produtor de petróleo e busca parcerias nesse campo.

Nessas últimas semanas o diplomata azerbaijano recém indicado para a embaixada em Brasília, Elnur Sultanov, está em intensa movimentação com o alto escalão da diplomacia brasileira.

Aproveitando a visita do Chanceler Mammedyarov aos países vizinhos, o diplomata azerbaijano tenta reforçar os laços também com o Brasil em um movimento sintonizado.

O Portal Estação Armênia apurou que Sultanov já se encontrou em reuniões de trabalho com:

– Ministro George Lamaziere, Reitor do Instituto Rio Branco do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, no dia 7 de julho

– Embaixadora Vera Lúcia Barrouin Crivano Machado. Subsecretária Geral do Itamaraty para assuntos de Europa , no dia 19 de julho

– Embaixador Hadil Fontes da Rocha Vianna, subsecretário do Itamaraty para cooperação e promoção comercial, no dia 26 de julho.

A movimentação da diplomacia azerbaijana em Brasília é realmente muito grande e tenta reverter a imagem que o país tem nos altos escalões governamentais brasileiros. Em um relatório da Comissão de Relações Exteriores do Senado de agosto de 2011, o Azerbaijão é classificado como um país de corrupção endêmica, propenso a conflitos e com severas ineficiências estruturais.

A ditadura azerbaijana, a Armênia e Karabagh


Importantes organismos internacionais como a Anistia Internacional, Human Rights Watch e o Parlamento Europeu já condenaram o governo do Azerbaijão pela total falta de transparência em seus processos eleitorais e a falta de liberdade de expressão e respeito pelos preceitos democráticos.

O governo azerbaijano tenta desestabilizar a República de Nagorno Karabagh ao não se dispor a negociar uma solução pacífica que contemple a autodeterminação do povo armênio.

Os azerbaijanos estão usando as riquezas acumuladas pelo petróleo para uma escalada armamentista que coloca em risco a segurança de toda a região do Cáucaso-Mar Cáspio. Em eventuais negócios com o Brasil, existe a possibilidade de venda de armas e outros equipamentos bélicos ao governo de Baku, dessa forma o Brasil poderia indiretamente contribuir para uma guerra contra a Armênia e Karabagh.

As atuações do CNA (Conselho Nacional Armênio) na Argentina e no Uruguai

Sabendo que a visita de Mammedyarov é uma tentativa de cooptar os governos e a opinião pública desses dois países platinos, as filiais do CNA lançaram campanhas de mobilização exigindo que os ministérios das relações exteriores, tanto argentino quanto uruguaio, conduzam as conversações com os azerbaijanos com a maior transparência possível.

Essa ofensiva azeri é coerente com os princípios que norteiam a politica externa daquele país. Em 28 de fevereiro desse ano, Ilham Alyev, Presidente do Azerbaijão disse: “Nossos principais inimigos são os armênios do mundo todo”.

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