Conforme o Portal Estação Armênia noticiou, em 23 de junho, a aproximação Turquia e França na Rio + 20 dá seus primeiros frutos.
Fonte: Asbarez e outros meios
Durante o encontro entre os chanceleres da França, Laurent Fabius e da Turquia Ahmet Davutoglu, ontem em Paris, foram anunciadas medidas que sinalizam para uma traição do compromisso do Presidente Françoise Hollande com a Causa Armênia.
Aproveitando a reunião do grupo “Amigos da Síria” , que trata sobre a crise política naquele país, as cúpulas francesa e turca estreitaram laços diplomáticos.
Laurent Fabius declarou que é improvável que o atual governo reedite a lei que criminaliza a negação do genocídio armênio. O anúncio vai frontalmente contra o compromisso de campanha de Hollande em abril passado, quando ele afirmou que iria se empenhar pessoalmente para que a lei, que foi barrada pela Suprema Corte Francesa, tivesse uma nova versão com segurança jurídica máxima, para evitar que fosse rejeitada mais uma vez nas instâncias superiores da magistratura francesa.
Em comunicado a imprensa presente ao encontro, os dois representantes assumiram o compromisso de zerar as sanções que foram criadas desde a aprovação do dispositivo constitucional que penaliza a negação do genocídio pelo Senado em 2011.
Com a paralisação da lei na Suprema Corte, o governo turco iniciou gestões diplomáticas que culminaram com o encontro Erdogan – Hollande no Rio de Janeiro no mês passado. Desde então as conversações tem levado a um isolamento político da Causa Armênia na França.
Os altos escalões dos Ministérios da Relações Exteriores dos dois países vem tratando de outros temas delicados. A entrada da Turquia na UE voltou a mesa de discussões e Fabius insinuou que o assunto pode ser submetido a um referendo popular. As tensões entre Turquia, Chipre e Grécia também estiveram nos tópicos discutidos. A Turquia não reconhece o governo de Chipre, majoritariamente pró-grego, apoiando a República Turca do Norte do Chipre, formada pela minoria de origem turca da ilha.
Para os interesses armênios essa aproximação e os comunicados conjuntos turco-franceses vem como um balde de água fria. A situação é preocupante, já que tanto Hollande como Fabius, vem afirmando de forma repetitiva que o atual governo vai rever todos os atos da era Sarkozy. Dirigentes turcos festejam abertamente essas novas posições francesas.