Na última quinta-feira, dia 7 de março, a Legislatura da Cidade Autônoma de Buenos Aires aprovou a atribuição de uma “autorização de utilização a título gratuito”, para a Fundação Memória do Genocídio Armênio (FMGA) dar início à construção do Museu de Memória, História e Cultura Armênia” na cidade.
A propriedade está localizada na rua Gurruchaga, na esquina da Jufré, muito próxima da maioria das instituições da comunidade armênia que estão localizadas no bairro de Palermo. A fundação recebeu o prédio por um período de 30 anos com a possibilidade de renovação (confira o projeto do Museu, clique aqui).
O projeto (exp. 3656-P-2018) foi aprovado em 13 de Dezembro de 2018, depois de ser apresentado pelo Defensor de Justiça Adjunto da cidade e Legislador Gabriel Fuks. No dia 27 de fevereiro de 2019 foi levado a cabo no Legislativo, uma audiência pública que teve uma ampla representação da comunidade que foi a favor do projeto, e que foi finalmente aprovado em 7 de março, com 54 votos pró e 2 abstenções.
Entre os fundamentos do projeto, destaca-se a criação da Fundação da Memória do Genocídio Armênio em 2008 “para promover a criação de um museu que mantém a contribuição dos armênios para a construção social da Argentina. Assim, também irá ser criado um arquivo da história da presença armênia na Argentina”.
A Argentina é um dos mais de 40 países que reconhecem o Genocídio Armênio. Em setembro de 1987, Raúl Alfonsín (presidente da Argentina entre 1983 e 1989) qualificou como genocídio o massacre de um milhão e meio de armênios nas mãos dos turcos entre 1915 e 1923.
Duas décadas mais tarde, em 2007, veio à luz a lei 26.199, implantada por Néstor Kirchner, que declarou o 24 de abril como “Dia de ação pela tolerância e respeito entre os povos” em rememoração ao Genocídio Armênio.
Em 2011, uma decisão do então juiz Norberto Oyarbide também reconheceu que houve um genocídio contra o povo armênio pelo Estado turco.