Relato de uma sobrevivente do Genocídio Armênio de 1915 se transforma em um importante livro pelas mãos de suas sobrinhas.
Em 93 páginas a autora procura descrever os fatos que ela testemunhou ocorridos em 1915, “simplesmente por sentir obrigação moral de perpetuar a memória de milhões de mártires anônimos“.
Durante anos Armenouhy pensou em escrever, mas não sabia como fazê-lo. Segundo relatos da própria autora, em 1963 um artigo no jornal Hairenik (fundado em 1899 em Watertown, Massachussets, USA) instigou-a.
A nota convocava todos os sobreviventes que testemunharam o horrendo crime a dar o seu relato. Assim, o jornalista Dikran Papazian colheu os depoimentos e publicou essa narrativa no livro – escrito originalmente em língua Armênia – “A história do Vale de Palú” (editora Mchag, Beirute, Líbano, 1963).
Tantig (como todos a conheciam) nasceu em Garin (Erzerum), em 1896. Morou em Alepo, Cilícia, Istambul, França e posteriormente no Brasil, quando desembarcou em 1933. Viúva, perdeu o marido, filhos e pais no genocídio.
Em todos os lugares em que viveu implantou serviços da Cruz Vermelha Armênia, mais conhecida como (HOM) e, desde a fundação da filial de São Paulo, esteve em várias gestões, participando em diversos cargos até o fim de sua vida. Em 16 de abril de 1997, Armenouhy faleceu em São Paulo.
Núnia Ekizian, sobrinha da autora, resolveu então traduzir a narração de Armenouhy. Porém, em 1996 Núnia faleceu. Passado esse período, a irmã de Núnia, Sônia Tcherkezian, uma mulher armênia, além de maestrina e dirigente da SAMA – Clube Armênio, resgatou o projeto e deu vida ao livro.
A distribuição da primeira tiragem deste livro foi toda reservada para o HAY OKNUTIAN MIUTIUN (HOM) filiais do Brasil.