Na próxima segunda-feira, dia 20 de fevereiro, a República de Nagorno-Karabakh (Artsakh) realizará um referendo que, se aprovado, irá alterar a Constituição Nacional. Esse será o terceiro referendo realizado em Artsakh desde a sua independência em 1991.
Tradicionalmente contando com uma participação eleitoral superior aos 70%, o referendo do dia 20 de fevereiro propõe profundas alterações na Carta Magna do país, abrangendo desde questões de proteção de direitos humanos e liberdades individuais, até mudanças no regime político em direção ao fortalecimento do sistema semi-presidencialista.
Cerca de 102 mil eleitores serão chamados a votar no referendo, dos quais 66% são mulheres. Outra importante alteração é a proposta de alterar o nome do país, de República de Nagorno-Karabakh a República de Artsakh, ainda que o nome atualmente vigente ainda continue válido.
Mais de cem observadores de cerca de 35 países assistem o processo democrático. Robert Avetisyan, embaixador da República de Artsakh nos EUA, afirmou a Carlos Antaramián, correspondente da Rádio Educación do México que: “Desde sua proclamação em 1991, a República de Artsakh (ou Nagorno-Karabakh) rumou para a construção de uma democracia estável e sustentável. O referendo é um outro marco neste caminho. É um chamado para fortalecer as instituições estatais, a sociedade civil e o equilíbrio entre os poderes. É necessário aprofundar os processos democráticos de forma que se tornem irreversíveis. Acreditamos que depois do referendo, se a população aceitar as mudanças constitucionais e considerando que as mesmas são apoiadas pelos partidos políticos mais importantes com representação no Parlamento, o Estado de Artsakh ficará mais forte. Acreditamos também que os princípios democráticos serão ainda mais profundos e nos ajudarão a enfrentar os desafios externos e internos, superando-os e continuando com o desenvolvimento de uma democracia soberana”.