Via Prensa Armênia.
Hagop Pakratuni, líder do bloco parlamentar armênio e representante do Comitê Central do Líbano da Federação Revolucionária Armênia (FRA) elogiou a escolha de Michel Naim Aoun.
Durante a sua mensagem no Parlamento, Pakratuni disse que a posição do Tashnagtsutiun (FRA) sobre seus aliados é firme e inalterada. “É meu desejo avaliar a escolha de Aoun como um momento histórico, fechar as páginas do passado e olhar para o futuro. Devemos todos trabalhar juntos para restaurar o que foi destruído ao longo dos anos “, disse ele.
O parlamentar disse que a nomeação do ex-general Michel Aoun como chefe de Estado, o que aconteceu no dia 31 de outubro passado, é o sonho de todas as pessoas do Líbano e salientou que, além de fechar as páginas escuras do passado, lições devem ser aprendidas a fim de consolidar o país e deixar o legado de um Líbano de valores elevados para as gerações futuras.
Pakratuni salientou que grandes obras serão necessárias para recuperar os anos perdidos. “A escolha de Aoun é também o resultado da luta, paciência e persistência. Deve ser um exemplo para os cidadãos que deve lutar para ter uma pátria livre, soberana e digna”, disse o homem do FRA.
De acordo Pakratuni, o presidente recém-eleito é uma personalidade única e valiosa para todos. Ele acrescentou que é necessário que todos os cidadãos apoiem a sua gestão para chegar a um bom destino. Michel Aoun foi nomeado presidente pelo Parlamento depois de uma disputa política séria, que deixou o cargo vago por quase três anos.
O novo chefe de Estado prometeu logo após ser eleito para suas primeiras visitas ao exterior seriam Paris, o Vaticano e Moscou.
Michel Naim Aoun
Michel Naim Aoun é o líder do Movimento Frente Patriótica Nacional, uma coalizão de maioria cristã, com uma visão secular da política e atual aliado do Hezbollah. Agora eleito, ele se tornou uma das maiores lideranças políticas cristãs de todo o Oriente Médio, onde os demais países são governados por muçulmanos ou, no caso de Israel, um judeu.
O Líbano, nos últimos anos, é dividido em duas principais coalizões. A primeira, chamada 8 de Março comandada pelo partido cristão Frente Patriótica Nacional, de Michel Aoun, com o apoio de outros partidos cristãos e dos grupos xiitas Hezbollah e Amal, conta com o suporte do Irã e do regime de Bashar al Assad. A outra, chamada 14 de Março, comandada por Saad Hariri e com o apoio da Arábia Saudita, conta com os principais partidos sunitas e de alguns partidos cristãos. Os drusos se mantiveram na neutralidade.
Segundo o jornalista Guga Chacra, a escolha de Aoun fortalece, primeiro, os cristãos libaneses, que terão talvez o seu presidente mais poderoso em 40 anos. Em segundo lugar, o Hezbollah, que sempre foi um aliado de Aoun. Já no caso de Assad é um pouco mais complexo. Aoun ficou 15 anos no exílio por ser contra a presença síria no Líbano. Mas se aliou ao regime quando voltou por questões políticas, não ideológicas.
*O presidente do Líbano, por lei, tem de ser cristão maronita, assim como o premiê precisa ser muçulmano sunita e o presidente do Parlamento, muçulmano xiita e o chefe das Forças Armadas também cristão maronita.