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Baú Armênio: A Estação Armênia do Metrô de São Paulo

O Baú Armênio de hoje contará a história da Estação Armênia do metrô de São Paulo.

Localizada na linha 1 – azul (eixo norte-sul), a Estação Armênia está localizada numa região conhecida como Ponte Pequena (em referência à ponte que atravessa o Rio Tamanduateí), na transição entre o centro da cidade e a zona norte.

Quando começaram a chegar em São Paulo, no final da década de 1920, os armênios se dirigiram para as imediações da Rua 25 de Março, onde abriram lojas e fixaram residências. Foi no local também que as primeiras instituições foram fundadas, como a primeira sede da Igreja Apostólica Armênia, a Melodias Armênias (embrião do Clube Armênio) e a extinta Sociedade União Armênia de São Paulo.

Na época da II Guerra Mundial, com uma sequência de reformas no centro da cidade, houve uma alta no preço dos imóveis na região, o que fez com que muitos armênios procurassem regiões mais baratas da cidade para viver. Nesse sentido, houve uma mudança em massa para outras regiões do centro (como Brás e Luz) e principalmente para a zona norte (na região de Santana e Imirim).

Foi na região da Ponte Pequena que as Igrejas armênias e algumas entidades foram erguidas (como a Marachá e a HOM) e alguns compatriotas se estabeleceram, dando uma nova cara ao bairro, que rapidamente ficou caracterizado pela presença dos armênios.

No início da década de 1980, uma grande mobilização da coletividade armênia de São Paulo conseguiu convencer o então governador Franco Montoro para que este ajudasse no lobby da alteração do nome da Estação Ponte Pequena do metrô para Estação Armênia, que a esta altura já era associada pelos paulistanos com este povo, uma vez que a Igreja Central Evangélica Armênia foi construída ao lado da Estação, sendo possível visualizá-la até mesmo de dentro do trem.

Após anos de tramitação do processo, em 12 de novembro de 1985, foi inaugurada a Estação Armênia do metrô, que contava também com algumas referências a este povo, como a inscrição de poemas em vitrais no idioma ancestral e duas khatchkarer (cruzes de pedra) do lado de fora, acompanhadas do alfabeto armênio.

Embora São Paulo seja uma cidade multiétnica, com  dezenas de povos e etnias, os armênios são os únicos que gozam de um lugar de memória tão impactante quanto uma estação de metrô.

A Estação do metrô faz com que as milhões de pessoas que passam por lá todos os dias associem o nome Armênia com o bairro e a cidade, criando uma relação de identidade desse povo com a sociedade que o recebeu.

Leia mais sobre o assunto:  Entrevista: Josely Carvalho, a artista que ornou a estação Armênia do metrô

 

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