Foto: ifes.org
Certamente a diáspora e especialmente as comunidades armênias da América do Sul não criaram ainda laços fortes com a política interna da Armênia.
Particularmente penso e tento agir pelo lema “Tebi Yerkir”(Rumo a Pátria). Sou realista e sei que para nós é muito complicado ir morar na Armênia. Por outro lado podemos lutar, interferir e ajudar a Armênia a ser um país melhor onde a emigração de nossa gente cesse e que a justiça social seja a base da República que completou 21 anos em 2012.
Assim vamos ao que interessa. Domingo vai ocorrer a eleição para o Parlamento da Armênia. São 131 cadeiras em disputa por quase uma dúzia de partidos.
Mas qual a importância dessas eleições parlamentares de 2012?
Elas podem representar sem sombra de dúvida uma virada democrática na Armênia. Diversos grupos políticos se comprometeram com um pacto chamado Kuve uj e (Voto é força): um verdadeiro apelo à participação popular e à transparência nas eleições.
Esse movimento surgiu em virtude das diversas irregularidades aferidas por observadores estrangeiros em outros pleitos. Geralmente os partidos governistas eram acusados de compra de votos e fraudes em diversas zonas eleitorais.
Essa tem que ser a eleição da maturidade política. Por isso outro ponto importante é que essa eleição pode abrir a chance de uma reforma política ampla e assim aprofundar a democracia na Armênia.
Uma eleição onde o poder da participação popular seja ampliado e as oligarquias que se formaram no país nesses últimos anos não tenham mais a possibilidade de capturar o aparelho de estado para seus próprios interesses.
O futuro parlamento deve equilibrar os poderes e nortear o executivo especialmente nos assuntos de política externa que são tão delicados como o reconhecimento do genocídio e Nagorno Karabagh.
Olhando para o futuro essa eleição pode e vai ser, em minha opinião, o balão de ensaio da próxima corrida presidencial. A disputa promete. Eu da minha parte já teria em quem votar nessas eleições parlamentares. E você amigo leitor?
*James Onnig Tamdjian é colunista do Estação Armênia e suas opiniões não refletem necessariamente às do portal.