Parece que quanto mais Erdogan tenta retrucar e condenar as ações daqueles que defendem o reconhecimento do Genocídio Armênio, mais a vontade de que ele seja ensinado e reconhecido mundo afora aumenta.
Logo após o reconhecimento do Genocídio Armênio pelo Parlamento alemão, Erdogan condenou os deputados alemães de origem turca, exigindo exames de sangue para verificar “que tipo de turcos eles seriam” e, inclusive, acusou-os de terrorismo.
A Alemanha rebateu todos os comentários proferidos pelo presidente turco reforçando a independência do Bundestag e a Turquia ameaçou novamente o país dizendo, de forma anônima, que está analisando contra medidas contra o país germânico.
Agora, Hans-Olaf Henkel, Vice-presidente do Grupo Europeu Conservadores e Reformistas, do Parlamento Europeu, insta o ensino do Genocídio Armênio pelas escolas turcas e alemãs.
Via ARMENPRESS
Tradução: Maria Carolina Chaves Indjaian
Deputado alemão insta a inclusão do Genocídio Armênio na educação das escolas turcas
Yerevan, ARMENPRESS.
Hans-Olaf Henkel, Vice-presidente do Grupo Europeu Conservadores e Reformistas do Parlamento Europeu diz que o Parlamento mais adequado para reconhecer o Genocídio Armênio e tomar responsabilidade pela sua culpa é o próprio Parlamento turco.
“Essa é a responsabilidade desse país, não de outros”, Henkel disse em uma entrevista para o ARMENPRESS.
De acordo com ele, a inclusão do Genocídio Armênio no sistema educacional das escolas alemãs é uma ótima ideia porque é uma parte da história.
“Eu realmente acho que deve ser ensinado nas escolas. Eu gostaria que ele fosse em primeiro lugar ensinado nas escolas turcas. É um fato bem conhecido no mundo, cujo países separados tentam ensinar a história, que irá oferecer a seu país apenas o lado bom. Nesse caso, a Alemanha é uma exceção, pois apresenta ao seu povo as atrocidades cometidas durante a Primeira e Segunda Guerra Mundial”, disse ele.
Falando sobre a resposta da Turquia, que obrigou um dos deputados turcos da Alemanha instar a proibição de Erdogan a entrar no país, Henkel disse que é uma ocorrência terrível.
“Erdogan está conduzindo todo o país em uma direção errada, há 10 anos atrás poderia ter sido outro país, por exemplo, tinha uma imprensa relativamente livre, contudo, sob Erdogan, está indo abaixo”, disse Henkel.
O Bundestag aprova a resolução do Genocídio Armênio em 2 de junho.
Imediatamente após o reconhecimento do Genocídio Armênio pela Alemanha, a Turquia retirou seu embaixador da Alemanha, seguido por uma bateria de acusações dirigidas aos deputados do Bundestag de origem turca, o que provocou uma onda de protestos no interior do Budenstag contra a Turquia, até o anúncio do Presidente do Bundestag Norbert Lammert à Erdogan: “Pressionar membros individuais do Parlamento com ameaças significa atacar o Parlamento inteiro”.
Em 16 de junho foi anunciado que a inclusão do Genocídio Armênio no sistema de educação alemão está sendo discutido.
Crianças turcas sendo educadas em escolas alemãs não devem mais estar sob o subjugo do autoritarismo turco. Eles devem aprender o que aconteceu na história e não a versão distorcida da história que os turcos querem que prevaleça. A Alemanha não tem que se dobrar às vontades do Erdogan, nem mesmo os turcos deveriam.