Da RedaçãoGenocídio Armênio

Parlamento alemão votará resolução que reconhece o Genocídio Armênio nesta quinta-feira (02)

 

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O parlamento alemão irá votar, nesta quinta-feira, 02 de junho, uma resolução adotando o termo Genocídio aos acontecimentos de 1915, onde mais de 1,5 milhões de armênios foram sistematicamente mortos pelo Império Otomano.

A Turquia advertiu o país que essa votação poderá afetar crucialmente os seus laços bilaterais, noticiaram, dentre outros, o Washington Post e a Reuters.

Vale ressaltar que a Alemanha já saiu em defesa do povo armênio em algumas ocasiões, em 2014, Erika Stenbach, membro do partido União Democrata Cristã, o mesmo da chanceler alemã Angela Merkel, conhecido como o Bundestag, exortou o primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan a acabar com a negação do genocídio armênio e pedir desculpas pelo crime.

No ano passado, o presidente alemão reconheceu, pela primeira, vez a palavra “genocídio” armênio e destacou a “corresponsabilidade” alemã no crime.

O reconhecimento do Genocídio Armênio pelo parlamento alemão é tão, ou mais importante do que o seu presidente ter dito pela primeira vez a palavra em referência aos acontecimentos, no aniversário de 100 anos.

Como a Turquia está fazendo uma forte pressão para a resolução não passar no parlamento, vamos mostrar ao mundo que estamos bem atentos ao que está acontecendo, utilizando a hashtag #GermanyrecognizeArmenianGenocide e #AlemanhareconheçaoGenocídioArmênio o maior número de vezes possível até a quinta-feira.

Esperamos realmente que essa resolução passe, mas caso isto não ocorra, saberemos o motivo e teremos mostrado ao mundo o porquê.

Se queremos mudanças, devemos dar atenção a estes acontecimentos e não permanecermos calados!


Via Middle East Eye

Tradução: Maria Carolina Chaves Indjaian


Turquia adverte Alemanha sobre voto “genocídio” armênio.

Ancara diz que laços bilaterais cruciais estão em risco por conta da votação na quinta-feira que pode ver a Alemanha utilizar oficialmente o contestado termo.

Na segunda-feira a Turquia alertou o parlamento alemão contra adotar a resolução reconhecendo a morte massiva de armênios sob o Império Otomano como Genocídio, dizendo que poderiam haver repercussões sobre os laços bilaterais.

A câmara baixa do parlamento alemão está definida para votar na quinta-feira sobre a resolução ao longo dos dois anos de abate de 1915, em um momento crucial para as relações germano- turcas.

A resolução usa a palavra controversa genocídio – a qual a Turquia há muito tempo rejeitou – ao longo de seu texto.

“A Alemanha é nossa amiga e nossa aliada, onde muitos cidadãos turcos vivem” disse o deputado, primeiro ministro e porta-voz do governo Numan Kurtulmus. “A Alemanha deve ser cuidadosa no que diz respeito a suas relações com a Turquia”.

“Eu não acho que o parlamento alemão irá destruir essa relação para o bem de dois ou três políticos” que colocaram a resolução perante a Bundestag, acrescentou.

O debate sobre a resolução também vem em um momento extremamente sensível para as relações Berlim-Ancara.

As autoridades turcas estão irritadas com o fracasso de conceder viajem sem visto para a EU aos cidadãos, enquanto a Alemanha diz que está preocupada com a piora da situação dos direitos na Turquia.

Alemanha e outros membros da UE também têm interesse em manter intacto um acordo frágil que vê a Turquia aceitar requerentes de asilo rejeitados da Europa e deportados de volta para a Turquia.

Autoridades turcas tentam de longa data convencer os aliados ocidentais a não reconhecerem as mortes como Genocídio e intensificou os esforços no ano passado, no aniversário de 100 anos da tragédia.

Armênios dizem que mais de 1,5 milhões de pessoas foram morar entre 1915 e 1917 em uma campanha segmentada de genocídio pelas principais autoridades otomanas para acabar com o seu povo da Anatólia.

A Turquia moderna insiste em números comparáveis de armênios e turcos morreram em uma tragédia coletiva, quando os armênios do lado de tropas invasoras russas na Primeira Guerra Mundial.

 

Sobre o autor

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Colaboradora. Carioca da gema que viveu em Curitiba desde criança e agora é cidadã do mundo. É advogada, profissional humanitária aficcionada por Direitos Humanos e defensora de minorias. O coração e o sangue sempre falam mais alto no que diz respeito à Armênia.
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