Aconteceu entre os dias 1 e 3 de abril na Universidade de Michigan (Dearborn), EUA, a conferência “Armênios e a Guerra Fria”, organizada pelo Armenian Research Center, dirigido pelo Dr. Ara Sanjian, da mesma instituição.
O evento inédito e pioneiro reuniu trinta acadêmicos de sete diferentes países para propor reflexões sobre as consequências da Guerra Fria e a polarização do mundo em dois grandes blocos nas comunidades armênias da diáspora e da URSS.
As pesquisas apresentadas durante o evento reforçaram a ideia que a Guerra Fria para os armênios não começou no pós-II Guerra Mundial, em 1945, mas em 1920, quando acontece a ocupação da pequena República Armênia independente pelo exército vermelho, criando divisões nas comunidades armênias entre grupos prós e contrários à sovietização da pátria-mãe. Em muitas comunidades, incluindo no Brasil e Argentina, houve sérios conflitos entre essas duas facções que marcaram profundamente a estrutura social local, causando cisões e rachas que permanecem até os dias atuais. Também foram apresentadas pesquisas sobre o processo de repatriação de armênios nos anos 1940-50 e os desafios encontrados por aqueles que regressaram.
Na sessão de encerramento, os participantes elencaram pontos a serem elaborados em um documento como conclusão da conferência. Nesses pontos, há o pedido dos pesquisados para que arquivos pessoais e institucionais sejam abertos em toda a diáspora, a fim de permitir novas incursões científicas em temas ainda pouco explorados; a necessidade de digitalização de periódicos e documentos para melhor conservação e compartilhamento; dentre outros.