O presidente do Uruguai, José Mujica, nesta quarta-feira, dia 21, se reuniu com representantes da organização civil e religiosa da comunidade armênia na América do Sul, que estão se preparando para rememorar o 100º aniversário do Genocídio Armênio, noticiou o Asbarez, com informações da LaRed21.
Durante a reunião, o presidente Mujica destacou a contribuição de cidadãos uruguaios de ascendência armênia e lembrou que “O Uruguai foi o primeiro a reconhecer o Genocídio Armênio.”
O atual presidente recebeu em seu gabinete na Torre Executiva uma delegação da Armênia, composta por representantes dos partidos políticos, da sociedade civil e denominações religiosas, juntamente com o cônsul honorário no Uruguai, que foram acompanhados pela ministra do Turismo e Esporte, Lilian Kechichian, cuja família tem origem armênia.
Mujica disse na reunião que os armênios sempre buscaram uma verdadeira integração no país, ao mesmo tempo em que cultivavam suas tradições e seus afetos. Atualmente estima-se que seja composta por cerca de 14.000 membros.
“Os armênios conseguiram uma margem de integração com o nosso país que sustentou os núcleos de outras nações para construir este caldeirão que o povo uruguaio é hoje, uma síntese humilde do sofrimento na Europa, África e partes da Ásia, pessoas que buscaram um pouco de esperança em tempos de desespero e deixaram a sua descendência “.
Referindo-se aos países que se recusam a reconhecer o crime, o presidente disse: “o reconhecimento do Genocídio Armênio é um dos casos pendentes da nossa pobre humanidade.”
“A solução desta dolorosa situação pode ser impedida por interesses do Estado. No entanto, o mínimo que a Turquia pode fazer hoje é enfrentar as páginas escuras de sua história e aceitar as atrocidades cometidas “, o líder salientou.
Mujica aceitou um convite por parte da comunidade armênia de integrar a comissão para rememorar o centenário do Genocídio Armênio como um membro honorário, uma vez que ele deixa o cargo em 01 de março de 2015. “Este é o país mais secular na América Latina e possui também as mais peculiares tradições, religiões e nacionalidades”, acrescentou.
“Nós não podemos mudar o passado, mas temos que aprender com ele e reconhecer as atrocidades que os homens cometeram para evitar tais crimes no futuro”, disse Mujica.
Ele ressaltou a importância de aprender a viver juntos, a tolerar e “compreender que não podemos viver se não formos capazes de respeitar a diversidade no mundo.”
A delegação armênia presenteou Mujica com vários presentes típicos do país e agradeceu a recepção calorosa.