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A dura vida de Armênios Islamisados na Turquia

Hurryet

739060Os sobreviventes do Genocídio Armênio muçulmanos relatam que vivem uma situação de “purgatório”, dizendo não ser aceitos nem pela Turquia nem pelo patriarcado e comunidade armênia.

Reunidos em uma conferência intitulada “Armênios islamizados”, realizada na Universidade Boğaziçi de Istambul, os membros da comunidade deram detalhes sobre suas vidas, resumida a esconder suas identidades nas províncias do leste e sudeste da Turquia.

“Eles nos perguntam o que passamos e eu respondo : ‘O que não passamos?’. Toda nossa vida estivemos no purgatório”, afirmou um dos participantes, identificado como Sadık Adıyaman.

A sensação de não ser aceito por diferentes culturas na sociedade definiu suas vidas, acrescentou Sadık. “Eu estava hospedado em um colégio interno, e as outras crianças me chamavam de Gavur (infiel). Eu não sabia o que isso significava, eu só pensava que não gostavam de mim “, disse ele.

A estudante Berfin, de 23 anos de idade, que está estudando a questão dos armênios muçulmanos para seu mestrado na Universidade de Oxford, disse que a sua identidade também foi um problema no exterior.

“Quando me candidatei a um dormitório estudantil na França, eles me pediram um documento de batismo, e eles não me aceitaram quando disse que não podia fornecer um. Sim, cristãos armênios tiveram grandes problemas também, mas eles puderam viver suas identidades, de uma forma ou de outra. Tivemos de viver através de 100 anos de desespero silencioso”, disse Berfin .

Outro participante , identificado apenas com as iniciais H.T. , disse os armênios muçulmanos tentavam exercer práticas cristãs em suas casas, mas se comportavam como muçulmanos fora.

“Nós dissemos: Viver é resistir’ e, por isso, ficamos em pé. Em tudo o que fazíamos eramos chamados infiéis. Agora, os armênios cristãos também não nos aceitam, então ficamos no meio”, disse H.T., acrescentando que eles ainda estavam tentando esconder suas identidades hoje.

Respondendo a uma pergunta sobre o renomado jornalista turco-armênio Hrant Dink, que foi morto em Istambul em 2007 , H.T. disse: “Sim , temos medo”.

Um dos advogados de Dink, Cem Halavurt, também participou da conferência. Ele disse que, pessoalmente, não teme revelar sua identidade, mas também pensa que o patriarcado armênio e outros armênios de Istanbul estão certos em agir com prudência.

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