Mesmo com todo o jogo de interesses que envolvem o Cáucaso e Ásia Central e que muitas vezes colocam Rússia e Azerbaijão em posições diferentes, muitos analistas vem escrevendo sobre uma gradual aproximação entre os dois países nos últimos anos.
Alguns círculos diplomáticos azerbaijanos sempre questionaram a relação de amizade entre a Armênia e a Rússia e viam isso como uma barreira para a evolução das conversações russo-azeris. A relação entre os dois países entrou nessa semana em uma nova fase. O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez ontem, dia 13 de agosto, uma visita à cidade de Baku, capital do Azerbaijão.
Assessores do chefe de Estado russo informaram que cinco ou seis acordos bilaterais deverão ser firmados entre ele e o seu colega azeri, Ilkham Aliyev. De acordo com o assessor presidencial russo, Yuri Ushakov, ainda não é possível dizer quais documentos serão assinados, mas ele garantiu que alguns destes dirão respeito ao setor energético, uma vez que a cooperação entre os dois países tem se desenvolvido de forma consistente nessa área, com mais de 500 empresas russas operando no país vizinho. O Azerbaijão é um dos principais parceiros da Rússia na Comunidade dos Estados Independentes (CEI). Em 2012, o comércio entre os dois países cresceu 10,8%, fechando o ano em US$ 3,4 bilhões.
Neste ano, de janeiro a maio, os números foram 40% superiores aos do mesmo período do ano passado. Além disso, está sendo constatada uma expansão dos laços parlamentares, os ministros estão interagindo com maior frequência e também há maior cooperação no setor educacional, onde desde 2008 a Universidade de Moscou instalou um campi com uma grande gama de cursos e laboratórios em Baku bem como polos avançados em outras cidades azerbaijanas. Nesse encontro chamou a atenção dos analistas a delegação russa formada pelo primeiro escalão de muitas pastas ministeriais. Acompanharam o Presidente Putin, o Ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, o ministro da Defesa, Sergei Shoiguv, o ministro da Energia, Alexander Novak, o ministro de Desenvolvimento Econômico Alexei Ulyukayev, o das Situações de Emergência ministro Vladimir Puchkov e o ministro dos Transportes, Maxim Sokolov.
Para muitos especialistas isso significa que temas densos podem ser tratados inclusive membros da delegação russa em entrevistas afirmaram constantemente que os presidentes vão falar sobre as principais questões globais e regionais. Isso implica na discussão sobre os limites legais do Mar Cáspio, um tema ainda delicado, bem como a busca por uma resolução do conflito de Karabakh”