Essa é uma imagem muito especial. Ela retrata um dos julgamentos ocorridos em Istambul em 1919. Terminada a I Guerra com a derrota do Império Otomano e a queda dos Jovens Turcos, tribunais foram instalados em Istambul para julgar os responsáveis pelos massacres contra os armênios. Julgamentos foram efetuados e muitos oficiais do exército otomano (incluindo seus líderes) foram condenados pelo extermínio da população armênia do Império.
Contudo, com a ascensão de Mustafa Kemal Ataturk anos mais tarde, os julgamentos foram invalidados e as penas nunca foram aplicadas. Assim, a justiça não foi feita para os armênios.
Os jornais que circulavam na época, entre eles o Memleket, noticiaram os julgamentos para a população do Império Otomano e hoje, servem de fontes históricas importantes para os historiadores mostrarem que existia a noção de extermínio dos armênios na sociedade turca pós-I Guerra. Nesse sentido, o Baú Armênio de hoje reproduz essa fotografia histórica, repleta de significados neste momento que enquanto a França criminaliza o negacionismo do Genocídio, a Turquia continua a refutar os acontecimentos do início do século XX.
Sobre esses julgamentos, acaba de ser lançado pelo Zoryan Institute um livro de autoria de Vahakn N. Dadrian e Taner Akçam, dois dos maiores pesquisadores vivos sobre a Era dos Jovens Turcos. Nós do Estação Armênia já publicamos uma matéria aqui sobre o assunto. Clique aqui para ler.