Da RedaçãoGenocídio Armênio

Convidado por Cakoff, cineasta Atom Egoyan (de Ararat) vem pela 1ª vez ao Brasil para a 35ª Mostra Internacional de Cinema de SP

Fontes Combinadas –

O cineasta Atom Egoyan estará na cidade de São Paulo no dia 21 de outubro para ministrar oficina sobre suas técnicas de filmagem como parte da programação da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo em um workshop que será oferecido na FAAP. O diretor já assinou a arte de um dos cartazes da Mostra alguns anos atrás, também vai participar do júri da competição de novos diretores.

Atom Egoyan

Egoyan tem descendência Armênia, e nasceu no Egito, mudou-se da cidade do Cairo para a cidade de Victoria no Canadá. Posteriormente mudou-se para Toronto a fim de cursar relações internacionais e aprender o violão clássico.

Convidado várias vezes para participar da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo pelo diretor do festival, Leon Cakoff –falecido nesta sexta feira 14/10 vítima de um câncer– também descendente de armênios, Egoyan não pisou em terras tupiniquins até hoje, no entanto está confirmada a sua presença, mas que infelizmente não será acompanhado pelo idealizador da mostra que faleceu esta semana.

Egoyan começou sua carreira com os curtas-metragens e logo vieram os primeiros longas-metragens que chamaram atenção no Festival de Sundance. Porém, foi com “Exótica” (1994), vencedor do prêmio da crítica em Cannes, que foi aclamado internacionalmente.

Em seu currículo ainda constam filmes como “O Doce Amanhã” (1997), que recebeu duas indicações ao Oscar, e “Preço da Traição” (2009), com Julianne Moore e Liam Neeson, tornou-se seu maior sucesso comercial.

Mas o cineasta não esqueceu suas origens. Em 2002 concluiu as filamagens de “Ararat”, que retrata o genocídio dos armênios no começo do século 20, planejado e executado pelos líderes do Império otomano e que conta com a presença de Charles Aznavour. A sua luta pela Armênia não se resume a divulgar a história por meio de seus filmes; Atom é Presidente de um festival de cinema na Armênia, e procura ir ao menos uma vez por ano ao país.

Em entrevista por telefone à Folha em 2010, ele disse: “É muito importante ajudar a Armênia, tento estar envolvido culturalmente. O grande assunto é a questão da negação da história e como isso afetou diferentes gerações”, conta o diretor. “Mas eu sou canadense também, então, como você lida com todos estes assuntos em um lugar multicultural?”

 

Sobre o autor

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Jornalista de formação, é editor-chefe do site Estação Armênia.
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